
Os trabalhos de campo do projeto Inova Feira, voltado ao combate ao mosquito Aedes aegypti, já começaram em Feira de Santana. A princípio os trabalhos estarão concentrados no bairro Parque Ipê – localidade considerada área de risco para proliferação do vetor.
Na manhã desta quarta-feira (10), equipes de agentes de endemias visitaram imóveis a fim de instalar as ovitrampas – armadilhas que atraem o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya para a coleta e monitoramento de ovos.
De acordo com o coordenador geral do projeto, Alex Correria, a iniciativa alia tecnologia e vigilância epidemiológica. Além de bicicletas elétricas para facilitar o deslocamento das equipes, utilizam smartphone e as armadilhas inteligentes – pneutrap, vectrack e in2care.
“O agente instala a armadilha e, em tempo real, registramos pelo celular a localização e o status de cada uma. Esses dados são enviados ao sistema e depois analisados para identificar tendências e áreas críticas. Já temos uma central de monitoramento funcionando no Centro de Endemias, equipada para acompanhar todas as ações de campo”, explicou.
A previsão para realização desse trabalho através do projeto é de 12 meses, período em que serão realizadas capacitações, operação em campo, relatórios técnicos e uso de ferramentas digitais de acompanhamento.
O projeto conta com 16 agentes de endemias, além de dois supervisores responsáveis por acompanhar, em tempo real, os dados coletados em campo através do aplicativo.
“As armadilhas, inicialmente voltadas para vigilância e monitoramento, têm a função de identificar a presença do mosquito em áreas consideradas de risco pelo Ministério da Saúde – aquelas com índice de infestação predial acima de 3,9”, acrescenta o coordenador.
A partir do cenário epidemiológico, o Inova Feira também prevê a instalação, ainda nesta semana, das chamadas armadilhas de controle [in2care] que liberam agentes biológicos capazes de reduzir a proliferação do vetor em um raio de até 400 metros.
“Esse trabalho seguirá de forma contínua nos bairros considerados prioritários, chamados de ‘áreas quentes’”, pontua Alex Correia.
O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Matos, destacou a importância do projeto como estratégia de inovação no enfrentamento ao Aedes aegypti.
“É um projeto que traz tecnologia e reforço às ações de campo, permitindo que o município tenha um acompanhamento mais preciso e rápido da situação. Esse é um avanço importante para proteger a população e reduzir os riscos de dengue, zika e chikungunya no município”, afirmou.
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
Moradora da rua Nacional, no Parque Ipê, há mais de 30 anos, Maria Egilene Santos de Deus, abriu as portas de sua residência para receber a visita da equipe de Saúde, na manhã desta quarta-feira.
Em seu imóvel foi instalada uma das ovitrampas, cujo manteriam será recolhido para análise daqui a 12 dias. “Esse combate é importante para proteger as famílias e evitar doenças”, elogiou a moradora.