Estudantes da rede estadual da Bahia acabam de conquistar medalhas de ouro na 71ª Jornada de Foguetes, realizada em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, e retornam ao estado com resultados que enchem de orgulho suas escolas e comunidades. Representando os municípios de Itaetê e Fátima, eles participaram de lançamentos experimentais, oficinas e palestras que reuniram jovens de várias regiões do Brasil. Organizado pela coordenação da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), a experiência reafirma a força da escola pública em promover ciência, inovação e protagonismo estudantil.
No Colégio Estadual de Tempo Integral José Américo de Araújo, de Itaetê, a equipe Tamanduás Voadores participou sob a orientação do professor Manassés Francisco do Nascimento Filho. Os foguetes foram construídos com garrafas PET e propulsionados por vinagre e bicarbonato de sódio, demonstrando que materiais simples podem gerar aprendizados complexos. “A Jornada é uma oportunidade única de unir teoria e prática. Ao utilizar recursos acessíveis, conseguimos explorar conceitos de Química, Física e Matemática de forma concreta, despertando nos alunos o prazer pela ciência, mostrando que eles são capazes de alcançar grandes feitos”, afirmou o professor.
Para a professora Fabiana Reis, do Colégio Estadual de Tempo Integral Professora Ana Mirena da Silva, do município de Fátima, é importante a participação em eventos científicos como a Jornada de Foguetes. “O aluno desenvolve a capacidade de relacionar o assunto em sala de aula com a atividade prática, além de aprimorar habilidades de trabalho de equipe. É uma imersão científica riquíssima”, avalia a professora, cujos alunos participam pelo terceiro ano consecutivo do evento.
Entre os estudantes, a emoção foi intensa. Renata dos Reis Gomes, da 1ª série do Ensino Médio, descreveu a participação como uma das experiências mais especiais de sua vida. “Cada obstáculo foi uma lição que me tornou mais forte e confiante. Quando o foguete decolou e cumpriu o que havíamos planejado foi indescritível, como se eu tivesse decolado junto com ele. A medalha de ouro valeu cada dia de dedicação”, afirmou, ao lado do colega José Fernando Pereira Macedo.
Sua colega do município de Fátima, Ysadora Batista, acredita que a Jornada desperta no estudante o interesse pela ciência e pela pesquisa, além da motivação para o crescimento pessoal. “A cada lançamento, desenvolvemos habilidades como criatividade, trabalho em equipe e resolução de problemas. Esse evento é uma experiência única, que vai muito além da competição. É também uma conquista pessoal”.
A rede estadual baiana tem se consolidado como referência em iniciação científica, impulsionada pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC). Em agosto, estudantes de Mairi e Ibititá conquistaram o bicampeonato brasileiro de lançamento de foguetes, reforçando a importância de projetos que aproximam ciência e juventude. Experiências como a Jornada de Foguetes fortalecem a aprendizagem, estimulam a pesquisa e inspiram os jovens a acreditarem no próprio potencial.
