
Em alusão ao Setembro Verde – mês de luta da pessoa com deficiência –, a Secretaria Municipal de Saúde realizou, nesta quinta-feira (25), uma capacitação voltada às equipes administrativas das unidades da Atenção Primária à Saúde. O encontro, que teve como tema “Atendimento e Acolhimento Humanizado à Pessoa com Deficiência”, reuniu profissionais para discutir práticas de inclusão, ética e humanização no cuidado.
A programação foi aberta pela assistente social Thaiane Amorim da Silva, referência técnica da área na Secretaria Municipal de Saúde, que deu as boas-vindas aos participantes. Na sequência, a presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Rosilene Costa, ressaltou a relevância da data como um marco na luta pelos direitos desse público.
Segundo ela, embora a luta seja diária, o Setembro Verde serve para chamar a atenção da sociedade e reforçar a necessidade de promover inclusão. “Esse evento é muito importante porque vai fazer com que os profissionais das unidades de saúde compreendam o que é prioridade, o que é direito da pessoa com deficiência e o que é capacitismo, para que possam ofertar um serviço de qualidade às pessoas com deficiência de Feira de Santana”, afirmou.
Rosilene também destacou a diversidade de condições presentes no município, como deficiência física, transtorno do espectro autista, deficiência visual, deficiência auditiva, deficiências neuropsicológicas, além de doenças já reconhecidas como deficiência, como a fibromialgia, e outras em processo de reconhecimento, a exemplo da anemia falciforme.
Já a enfermeira Mariana Rios, coordenadora do CAPS AD, conduziu a discussão sobre práticas de humanização e acolhimento. Para ela, acolher vai além de fornecer informações.
“Todo acolhimento, que é uma tecnologia leve, parte do princípio da importância ética, da importância humana e também da responsabilização com resolutividade. Quando o paciente chega, ele procura atendimento ou um serviço específico, e acolher não é apenas dar informação, mas oferecer resolutividade à demanda que ele traz, seja uma consulta médica, uma vacinação ou outro cuidado disponível. O acolhimento é resolver”, destacou.
Mariana reforçou ainda a necessidade de autoconhecimento dos profissionais para garantir eficiência no processo. “Se eu não me acolho e não me identifico enquanto sujeito, dificilmente serei eficiente no meu ambiente de trabalho. Partimos do princípio de que, se eu me acolho, eu também consigo acolher o outro. Por isso, discutimos também a importância desse olhar para dentro, para que o acolhimento às pessoas com deficiência aconteça de forma plena”, completou.
Também participou do encontro o advogado Natanael Machado, que abordou os aspectos legais e direitos assegurados pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015).