Instituto apela, na Câmara, por apoio a projetos voltados a pacientes com câncer em Feira

Objetivando fortalecer a prestação de serviços filantrópicos a pacientes diagnosticados com câncer em Feira de Santana, o Instituto On com a Vida está necessitando do apoio de empresas, poder público e toda a sociedade feirense. O pedido foi feito pela representante da entidade, a nutricionista Victoria Moreira Rios Santos, durante pronunciamento nesta terça-feira (30), na Tribuna Livre da Câmara, onde advertiu sobre a possibilidade de qualquer cidadão ser acometido ou ter alguém na família com o problema. Primeira nutricionista especialista em oncologia na cidade, ela explicou que, ao entender a logística do funcionamento da assistência disponível no Município para pessoas diagnosticadas, o instituto passou a oferecer dois projetos principais: o de orientação na busca de serviços pós-diagnósticos e a distribuição de suplementos alimentares.

No momento em que “se ouve a palavra câncer”, observou Victoria Moreira, “parece que todas as possibilidades de vida deixam de existir e o paciente se desespera. Mesmo em 2025 ainda há uma cultura injusta, voltada para o paciente oncológico, onde as pessoas pensam que estão diante de uma sentença de morte ao se deparar com a enfermidade”. Em Feira, que dá suporte a 18 municípios com apenas uma unidade pública, ela disse que as pessoas têm sofrido com a assistência prestada, situação em que é acionada o On com a Vida. A entidade oferece primeiro uma direção na busca do tratamento ao paciente oncológico.

Ao receber o diagnóstico e chegar ao instituto, o assistente social orienta sobre todos os locais de atendimento e suportes existentes na cidade e no Estado da Bahia. “Porque saber para onde ir é a primeira coisa que se precisa, quando alguém recebe o diagnóstico. E Feira tem poucas unidades de atendimento nesta área. É preciso olhar para esta realidade, consciente de que todos precisam de assistência”, cobrou a nutricionista.

O segundo projeto desenvolvido pelo Instituto On com a Vida é direcionado à distribuição de suplementação gratuita. Não foi algo inventado pela instituição, salientou Victoria Moreira, pois apesar de não existir em Feira, já acontece em várias cidades e estados do país, a exemplo dos Institutos Nacional do Câncer (RJ) e do Câncer do Estado de São Paulo (Incesp).

Hoje, segundo a representante da organização, 20% dos pacientes podem ter a situação amenizada com orientação nutricional, suplementação e atividade física. Sem recursos, no entanto, a entidade não consegue dar o suporte, disse, a exemplo do que acontece em Salvador, onde o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GAAC) cadastra os pacientes para avaliação nutricional especializada e fornece a suplementação gratuitamente para as pessoas receberem em casa. A iniciativa conta com apoio de empresas e de compra direta realizada pelo poder público. É o que ela sonha para Feira de Santana. Até aqui, a participação da sociedade ainda é insuficiente para atender a todos que necessitam.

Atuando há seis anos em Feira, Victoria Moreira diz ter percebido que as pessoas ao absorverem conhecimento, estão adotando mudança de vida em prol do tratamento. No entanto, ela vê também como problema a falta de assistência pós-cura. Neste sentido, os projetos do instituto incluem realizar ações contínuas voltadas aos pacientes oncológicos. Ela afirmou que, no caso de mulheres atingidas por câncer de mama, sabe-se que tem taxa de cura muito alta, mas elas precisam ter apoio após o processo.

“Temos comprovação da porcentagem significativa destas mulheres que desenvolvem obesidade, depressão e passam dificuldade de se reinserir no mercado de trabalho”, alertou. Além de não conseguirem se manter no auxílio doença, demoram muito ou acabam não retornando ao trabalho. “Por isso, peço que os senhores olhem para os nossos projetos. Estamos fazendo acontecer. Assim como achamos, um dia, que não teria esperança para meu irmão, hoje ele atua como profissional de saúde em Feira”, disse, compartilhando que sua família sentiu de perto as dificuldades de viver com câncer em Feira. Seu irmão, diagnosticado com leucemia crônica há mais de 15 anos. Na época, foi o único jovem do Brasil a ter o diagnóstico, geralmente com incidência em idosos.

Fonte: Câmara de Feira de Santana

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