
Psicóloga Márcia Modesto ministrou a palestra ‘Envelhecer não é erro. O etarismo sim – reflexões e ações internas para o combate dessa prática’
O Ministério Público do Estado da Bahia, por meio da sua Ouvidoria, promoveu nesta terça-feira (30) o debate “Envelhecer não é erro. O etarismo, sim”, no Salão Nobre da Instituição, no CAB. O encontro reuniu membros e servidores para refletir sobre práticas de combate à discriminação por idade e traçar iniciativas de inclusão no ambiente de trabalho. A palestra foi ministrada pela psicóloga Márcia Modesto, que destacou os desafios da saúde mental no envelhecimento e os impactos sociais do preconceito etário. “O envelhecimento também traz a depressão e é muito comum ocorrer isso após a aposentadoria. Precisamos de rede de amigos, de apoio e interação social – fundamentais para manter a saúde mental”, alertou a psicóloga.
Durante o encontro, o procurador-geral de Justiça, Pedro Maia, destacou que o etarismo deve ser enfrentado em todas as suas dimensões. “Essa Instituição abraça os colegas aposentados e os traz de volta para que possam participar de forma ativa. Estamos criando projetos de inclusão afinal os membros do MPBA são vitalícios por norma constitucional. Tenho visto com muita alegria esses espaços de debate que conjugam experiência e juventude e se associam a movimentos que acontecem na Instituição para acolher todos os integrantes”, afirmou. Além do chefe do MP baiano, Pedro Maia, e da ouvidora, procuradora de Justiça Elna Leite, estiveram na mesa de abertura os procuradores de Justiça Paulo Marcelo, corregedor-geral do MPBA; Norma Cavalcanti, procuradora-geral de Justiça Adjunta; Wanda Valbiraci, procuradora-geral adjunta para Assuntos Jurídicos; o desembargador do Tribunal Regional Eleitoral Ricardo Maracajá; e os promotores de Justiça Márcio Fahel, coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) e Lucas Velloso, presidente da Associação de Membros do Ministério Público da Bahia (Ampeb).
A ouvidora do MPBA, procuradora de Justiça Elna Leite, ressaltou a importância de trazer o tema para o centro do debate institucional. “O etarismo impacta profundamente nossas relações pessoais, profissionais e sociais. Ele pode se manifestar de várias formas. Jovens são vistos como inexperientes demais e pessoas mais velhas são tratadas como ultrapassadas. No ambiente de trabalho, combater o etarismo significa abrir espaço para que todos contribuam, independentemente da idade. É criar uma cultura de respeito onde tanto a energia das novas gerações quanto a sabedoria das mais experientes são valorizadas.”
A psicóloga Márcia Modesto reforçou a necessidade de programas de mentoria intergeracional dentro da Instituição, como forma de aproximar gerações e potencializar decisões estratégicas. “A Justiça que fortalecemos hoje é aquela que reconhece todas as idades como parte essencial de nossa memória, da nossa voz e do nosso futuro”, destacou a palestrante. Entre as propostas apresentadas pela psicóloga para combater o etarismo estão o incentivo a projetos de inclusão de idosos em comissões e consultas; políticas de acessibilidade física, digital e comunicacional; capacitação de equipes para lidar com questões relacionados à idade; e fortalecimento de práticas institucionais que valorizem a diversidade etária.



