Ramos Feirense consagrou seu amor pela terra até no nome

Antônio Ramos da Silva foi defensor do civismo, dos valores humanos, da educação e da poesia. Devoto de Santa Rita de Cássia, construiu uma capela em seu louvor. Também criou uma instituição em homenagem ao Monsenhor Amílcar Marques e representou os professores do Brasil em Portugal. A Comenda Maria Quitéria, outorgada pela Câmara de Vereadores, foi um justo prêmio.

Amava tanto sua terra que associou ao seu nome de batismo o verbete “Feirense” (natural de Feira de Santana). Assim, Antônio Ramos da Silva, filho de Leôncio Gomes Ramos e Ilda Ramos da Silva, tornou-se mais conhecido como Ramos Feirense. Professor, jornalista, escritor e poeta por vocação, teve um intenso percurso de vida entre livros e jornais — não apenas como leitor — já que publicou diversos livros, trabalhou como revisor e colunista nos jornais A Tarde e Diário de Notícias, e colaborou com o jornal Folha do Norte. Além disso, formou uma significativa biblioteca no nível do homem erudito que era.

Inquieto quanto à sua incansável missão produtiva, em 1966, o professor Ramos Feirense criou o Centro Cultural Recreo-Educativo Monsenhor Amílcar Marques (CECREMAN), como um preito ao sacerdote nascido em Cachoeira, que foi vigário da Paróquia de Santana e fundador da Cruzada Eucarística em 1953. Além disso, através de uma comissão por ele liderada, entronizou na Catedral de Santana um busto do Monsenhor Amílcar Marques, que faleceu em um acidente de automóvel na BR-324 em 1965.

Com grande devoção, Ramos Feirense construiu a Capela de Santa Rita de Cássia, na Rua Senador Quintino, Eucaliptos, onde era cumprida programação religiosa com participação comunitária. No CECREMAN, eram desenvolvidas atividades reunindo poetas e artistas locais e de outras regiões, além de aulas de cidadania e civismo. Reconhecido pela boa oratória, embasado em amplo acervo de conhecimentos gerais, Ramos Feirense foi palestrante em várias cidades baianas. Em 1992, organizou o festejo em homenagem ao bicentenário da heroína baiana Maria Quitéria, trazendo a esta cidade uma caravana representativa da cidade de Lajes, no estado de Santa Catarina, onde há uma escola denominada Maria Quitéria.

Esse magno evento contou também com comitivas de outras cidades, dentre elas Porto Seguro e Cachoeira, e um desfile cívico prestigiado pelas Forças Armadas e a Polícia Militar. Nascido em 1929, Ramos Feirense foi um dos fundadores da Academia Feirense de Letras e aluno-fundador do Colégio General Osório, implantado e dirigido pela professora Edna Laureano de Oliveira, no início da Rua Castro Alves, e que, recentemente reformado e modernizado, teve o nome original substituído. Em 1947, ingressou no Colégio Santanópolis aos 18 anos e concluiu os estudos na Escola Normal, iniciando a missão de professor em Ribeira do Amparo. Posteriormente, fez os estudos superiores na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Com o alto conceito que desfrutava, o professor Ramos Feirense representou o Magistério Primário do Brasil durante as comemorações do sesquicentenário da Independência do Brasil realizadas em Portugal. Em 2014, Antônio Ramos da Silva teve o seu trabalho sócio-educativo-cultural reconhecido pela Câmara Municipal e, mediante iniciativa do vereador José Carneiro Rocha, foi agraciado com a honrosa Comenda Maria Quitéria, considerada justa pela soma das suas realizações, em especial em homenagem à Heroína Feirense. Igualmente, fez jus à Comenda Godofredo Filho. Extremamente diligente, foi autor de hinos, bandeiras e brasões de várias cidades baianas.

Preocupado com a juventude e, de um modo geral, com o futuro da humanidade, buscava sempre oferecer exemplos positivos em tudo o que fazia. Esse interessante e breve poema de Ramos Feirense denota a singularidade do seu pensamento:

QUERES SER FELIZ?

Planta uma flor / Reza uma oração / Esboça um sorriso / Canta uma canção / Lê um bom livro / Ajuda teu irmão / Consola um triste / Dá teu perdão / Ama a teu próximo / Segue a lição / Dos que ao BEM dizem SIM / Dos que ao MAL dizem NÃO.

Casado com a senhora Lourdes Ramos, o professor Ramos Feirense faleceu nesta cidade no dia 20 de fevereiro de 2016, aos 87 anos de idade.

Por Zadir Marques Porto

Fonte: Prefeitura de Feira de Santana

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