
A experiência exitosa do Estado do Amazonas no processo de redução da mortalidade materna foi compartilhada e debatida na sexta-feira, dia 28, na reunião do Observatório de Maternidades, vinculado ao ‘Projeto Cegonha’, do Ministério Público do Estado da Bahia. O Amazonas reduziu em mais de 30% a razão da mortalidade materna, saindo do ranking dos dez estados com maiores índices do país. A pauta, segundo registrou a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde do MPBA (Cesau), promotora de Justiça Rocío García, é de extrema relevância para os gestores de politica pública, profissionais de saúde e integrantes do Ministério Público, que buscam estratégias para redução de óbitos evitáveis no estado da Bahia.
O encontro foi conduzido também pela gerente do ‘Projeto Cegonha’, promotora de Justiça Juliana Sampaio, que destacou que a redução do Amazonas é “bastante expressiva, mesmo em um estado com tantos desafios”, ressaltando que é possível avançar quando se faz um trabalho ordenado e conjunto. As estratégias adotadas pelo Estado foram compartilhadas na reunião, que também contou com a presença de integrantes do grupo de trabalho de Saúde da Mulher do Conselho Nacional do Ministério Público.
As assessoras técnicas da Secretaria de Saúde do Amazonas, Suellen Barbosa e Jessica Areque, e a secretária executiva adjunta de politicas publicas de Saúde, Diana Lima, detalharam a experiência do Estado, apontando que foram relevantes para a modificação do cenário a regionalização da assistência com a
potencialização e implantação de serviços especializados, principalmente de UTI; o estabelecimento da telemedicina para acompanhamento do pré-natal de alto risco, evitando deslocamentos desnecessários; a capacitação profissional e inclusão de parteiras na rede; análise da causa raiz dos óbitos para corrigir falhas nos processos assistenciais; e ampliação do planejamento reprodutivo e acesso a métodos contraceptivos.
A reunião também abordou desafios enfrentados pela Bahia, como a necessidade de ampliar e garantir o acesso ao pré-natal de alto risco, inclusive via telemedicina, assim como a vinculação de gestantes às maternidade. As promotoras de Justiça do MP da Bahia reafirmaram o compromisso da Instituição com a defesa da saúde e a promoção de políticas públicas que garantam direitos das mulheres e redução de mortes evitáveis, salientando a necessária centralização de esforços para redução da mortalidade materna. Mais de 100 pessoas participaram do encontro online, entre representantes das secretarias de Saúde do Estado da Bahia e do Paraná, dos municípios de Salvador, Porto Seguro, Una, Macaúbas, Eunápolis, Vitória da Conquista e Alagoinhas, além de órgãos de controle, movimentos sociais, profissionais da área e integrantes do Ministério Público da Bahia.




