Mulheres que transformam a agricultura familiar da Bahia em modelo de inovação social

Cada vez mais, mulheres assumem posições de liderança na agricultura familiar da Bahia e se tornam protagonistas de iniciativas que promovem inovação, sustentabilidade e transformação socioeconômica em comunidades rurais de todo o estado. Esse avanço tem sido fortalecido pelo Governo da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com investimentos voltados à agroindustrialização, assistência técnica e extensão rural (Ater), fomento à produção, acesso à tecnologia e diversas ações estruturantes.

Essas experiências ganham visibilidade na Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, a maior do Brasil, que chega à 16ª edição reunindo, de 10 a 14 de dezembro, mais de seis mil produtos de todos os territórios baianos no Parque Costa Azul, em Salvador. Entre as iniciativas de destaque está a Cooperativa Ser do Sertão (Coopsertão), do município de Pintadas, referência em inovação social e sustentabilidade no Semiárido e responsável por transformar a realidade de 364 cooperados e cooperadas da Bacia do Jacuípe.

A presidente da cooperativa, Valdirene Oliveira, destaca que o fortalecimento da política pública voltada às mulheres tem sido determinante para consolidar unidades produtivas sustentáveis. “Quando uma unidade produtiva se transforma em um negócio estruturado, torna-se mais fácil garantir a permanência das pessoas na zona rural, permitindo que vivam e prosperem a partir da própria produção. Para isso, são essenciais políticas públicas direcionadas às especificidades do bioma Caatinga”, afirma.

Ela ressalta que os investimentos do Governo da Bahia têm gerado impactos financeiros, sociais e produtivos significativos. “Essas ações fazem com que os cooperados e cooperadas permaneçam em suas unidades produtivas, fortalecendo as atividades e transformando a agricultura familiar em um negócio sustentável e viável a longo prazo.”

Inovação e sustentabilidade no Semiárido

As atividades da Ser do Sertão são baseadas em práticas agroecológicas e de adaptação às mudanças climáticas, como recuperação de pastagens degradadas, implantação de sistemas agroflorestais e manejo sustentável dos recursos hídricos. “As tecnologias voltadas ao uso e manejo da água são fundamentais para recuperar áreas e introduzir espécies nativas e frutíferas, como umbu, umbu-cajá e maracujá da Caatinga. Na safra, essas frutas são beneficiadas na unidade de processamento e geram impacto financeiro direto para agricultores e agricultoras”, explica Valdirene.

Atualmente, a cooperativa se destaca nos sistemas produtivos de leite, olericultura e fruticultura, além de oferecer assistência técnica exclusiva, construída de forma participativa com os cooperados para garantir melhores resultados produtivos.

Formada majoritariamente por mulheres negras e jovens, a Cooperativa Ser do Sertão apresentou na COP30 seu modelo inovador de produção de polpas 100% naturais, elaboradas sem uso de água ou aditivos químicos, aliado à recuperação de áreas degradadas da Caatinga por meio de sistemas agroflorestais. A experiência foi selecionada pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB Nacional) como uma das mais exitosas do país. Na ocasião, a Ser do Sertão dividiu espaço com representantes do Ministério do Meio Ambiente, da Natura e de instituições internacionais, consolidando-se como exemplo de inovação social e ambiental no Semiárido.

Investimentos do Governo da Bahia via CAR

A Ser do Sertão conta com o apoio do Governo da Bahia, por meio da CAR, que realiza investimentos fundamentais para o fortalecimento das atividades produtivas. Entre as ações estão a aquisição de máquinas e equipamentos, a adequação da unidade de processamento de polpas de frutas e a implantação de um sistema de energia solar, que reduz em cerca de 60% os custos com eletricidade e amplia a sustentabilidade da agroindustrialização. Além disso, foi implantado o modelo Agroflorestal de Recuperação de Áreas Degradadas no Semiárido, contribuindo para a redução das emissões de carbono, a melhoria do solo e o aumento da resiliência climática das propriedades rurais.

#BAHIA

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