
A manhã desta segunda-feira (15) foi marcada por emoção e novos começos no Conjunto Penal Masculino de Salvador, em Mata Escura, onde a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) realizou a Cerimônia de Conclusão dos Estudantes da Educação Prisional. Ao todo, 32 estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) concluíram a Educação Básica em um momento simbólico que reuniu familiares e reafirmou a educação como caminho concreto de reconstrução de histórias e ampliação de possibilidades, mesmo em contextos de privação de liberdade.
A superintendente de Políticas para a Educação Básica da SEC, Helaine Souza, representou a secretária da Educação, Rowenna Brito. Ela destacou a importância da celebração, que, para ela, mais do que a entrega de certificados, reconheceu percursos retomados e saberes construídos ao longo da vida. No ambiente prisional, a EJA amplia horizontes, fortalece vínculos com o conhecimento e sustenta novos projetos de futuro, articulando ações pedagógicas, programas de permanência estudantil, acesso a tecnologias educacionais e iniciativas de qualificação profissional. “Esta é uma nova oportunidade para essas pessoas, mas também para nós, a fim de assegurar o acesso à educação para todos, possibilitando que alcancem novos horizontes”, ressaltou Helaine Souza.
Em 2025, 252 estudantes concluíram a EJA em unidades prisionais baianas, distribuídas por 10 cidades e 12 Territórios de Identidade. A iniciativa integra uma política educacional que atualmente alcança 3.342 estudantes no sistema prisional, garantindo acesso à escolarização e fortalecendo o direito à aprendizagem como instrumento de inclusão social e exercício da cidadania.
Para a estudante A. S. J., única representante feminina entre os formandos, o conhecimento é fundamental em todos os aspectos da vida e é uma ferramenta para a realização de sonhos. “Somos privados de liberdade e cumprimos pena, mesmo assim não perdemos nossa capacidade de sonhar com novas perspectivas de vida, incluindo a possibilidade de trabalho. Temos a chance de reavaliar nossas vidas e também entendemos que com o estudo novas portas poderão se abrir para todos nós que procuramos o conhecimento”.
Ao celebrar publicamente essas conquistas, o Estado da Bahia reafirma a educação em prisões como política de Estado e instrumento de equidade. A formatura, reforça a importância de dar visibilidade a trajetórias que se transformam por meio da educação e aponta para a ampliação dessas ações em outras unidades prisionais, consolidando a EJA como base para novos caminhos e oportunidades.
“A educação é um instrumento fundamental na prevenção da criminalidade, na resistência ao recrutamento por organizações criminosas e na promoção da humanização. Deste modo, este evento demonstra o compromisso do Governo do Estado com o bem-estar das pessoas. Independente da origem ou da situação, a educação transforma vidas e, neste contexto, sua importância se torna ainda mais evidente”, destacou o superintendente de Ressocialização da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), Bacildes Moraes Terceiro.




