AS CABAÇAS DE JOAQUIM BRASILEIRO GANHARAM O SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS

Três cabaças, em óleo sobre tela, com extrema perfeição, trabalho do artista plástico Joaquim Brasileiro, deram-lhe o primeiro lugar — Prêmio Raimundo Oliveira — no II Salão de Artes Plásticas de Feira de Santana, realizado no final de 1984, quando a cidade experimentava intenso movimento cultural. Idealizado por Kátia Carvalho, com apoio do professor Dival Pitombo, diretor do Museu Regional, o evento, que reuniu mais de trinta artistas da região, foi marcado por grande sucesso, constatando a qualidade que permeava o ambiente artístico.

A cidade vivia uma fase de grande movimentação no campo artístico-cultural. Eram constantes as exposições de artes plásticas, a montagem de peças teatrais, shows musicais, o interesse pelo cinema e pela fotografia, e eventos como a micareta oportunizavam o trabalho de decoradores, publicitários e outros profissionais que, de algum modo, atuavam no segmento das artes. Eram os anos 80 e, coincidindo com o slogan “Novos Tempos” do segundo governo do advogado sangonçalense José Falcão da Silva (1983/1988), Feira de Santana experimentava novos tempos culturais.

Diretor do Museu Regional, à época localizado na Rua Geminiano Costa — onde hoje funciona o Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira —, o professor Dival da Silva Pitombo cumpria mais uma meta de sua profícua administração com a realização do II Salão de Artes Plásticas que, no período de 22 de novembro a 8 de dezembro, portanto há 41 anos, em um período similar ao recentemente transcorrido, movimentava a cidade, inclusive com a visita de muitas pessoas ligadas às artes.

O objetivo, como ressaltou o diretor da casa de cultura, foi incentivar as atividades artísticas da região centralizada por Feira de Santana, obtendo os resultados desejados e “evidenciando um saldo de bons trabalhos; dos concorrentes, a seleção premiou os que mais se distinguiram, de acordo com os critérios estabelecidos pela comissão julgadora”. Joaquim Franco Brasileiro foi o ganhador do Prêmio Raimundo Oliveira (correspondente ao prêmio máximo), com um quadro baseado em uma temática regional: Cabaças. Trabalho na técnica óleo sobre tela, de belo efeito visual, no qual três cabaças (frutos da cabaceira), bem distribuídas no espaço da tela, transmitiam uma sensação de perfeita realidade.

O Prêmio Olney São Paulo ficou com Gil Mário de Oliveira Menezes, com um trabalho na técnica óleo sobre tela, representando a figura de um símio, “uma abertura para o imaginário moderno, associada a um tratamento cromático de qualidade”. O Prêmio Ângela Oliveira coube ao artista plástico feirense Geraldo Santana, com uma bela tela apresentando o reaproveitamento de uma estampa popular, “dando-lhe um tratamento cromático bem popular”. O pintor Geraldo Santana faleceu em 2000, vítima da covid.

O II Salão de Artes Plásticas de Feira de Santana, no Museu Regional, reuniu trabalhos dos artistas: Antônia Bastos Costa, Antônio Aldecir, Antônio Carlos Passos, Antônio Carmel, Arivaldo Almeida Melo, Áureo Filho, Dalberto Souza Pinto, Elyrio do Sacramento, Evandro Cardoso, Francisco Alves Quaresma, Gardênia Falk, Gilson Santos Maciel, Heitor dos Santos, Hélio Moura Dórea, Herivelton Figueiredo, Hiroko Tanaka, Jader Rezende, Jobson Galvão de Souza, Jorge Luiz Ferreira, José Carlos Carvalho, José Jorge Neves, José Pedro Chaves Neto, José Raimundo Diogo Moreira, Lizete Ventura Neri, Luís Walter Sales, Marcus Moraes, Redivaldo Ribeiro, Ricardo Marques, Rosa Alice Gomes, Sônia Pires, Thellito Rodrigues, Vivaldo Lima, Yvone Freitas e Walter Silva Oliveira.

Além desses, houve também a participação de uma dezena de artistas plásticos convidados, dentre eles: Juracy Dórea, César Romero, Juarez Paraíso, Luiz Jasmim, Iza Guimarães, Charles Albert, Sante Scaldaferri, Yeda Maria, Maso, Mário Cravo, Carlos Pedreira e Adele Balazs. A idealização da exposição foi de Kátia Maria Carvalho, que também atuou como coordenadora e produtora, ao lado de Antônia Cardoso Silva, com apoio de Jorge Albuquerque. A comissão julgadora foi formada por: Deolindo Checcucchi, Heitor Reis, Luiz Jasmim, Renato da Silveira, Sônia Rangel e Wilson Rocha.

Além dos três vencedores — Joaquim Franco Brasileiro, Gil Mário de Oliveira Menezes e Geraldo Santana —, foram mencionados pela comissão julgadora: Antônio Brasileiro (óleo sobre madeira), Pedro Roberto (desenho), Rudival Veloso Ramos (bico de pena), Hermes Ribeiro Lopes / Maria Isa Cruz Lopes (vitral em fiberglass) e Vera Neuza Carneiro Carvalho (óleo sobre tela).

Por Zadir Marques Porto

Fonte: Prefeitura de Feira de Santana

#FEIRA DE SANTANA

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