Assistidas do Centro Loreta Valadares apresentam recital de dança em celebração aos 20 anos do espaço

Foto: Bruno Concha / Secom PMS

Reportagem: Ana Virgínia Vilalva / Secom PMS

A Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), apresentou, na tarde desta quarta-feira (10), um recital de dança no Teatro Gregório de Mattos em homenagem aos 20 anos do Centro de Referência e Atenção à Mulher Loreta Valadares (CRLV), celebrado no dia 25 de novembro.

O evento, promovido em parceria com a Fundação Gregório de Mattos (FGM), foi intitulado ‘Elas Florescem com a Dança’, e contou com a participação de mulheres assistidas do CRLV, que encontraram na dançaterapia uma forma de cuidado, criando um espaço de expressão, reflexão e fortalecimento emocional. Ao longo do processo, as participantes são convidadas a explorar movimentos e vivências que contribuem para a autoestima, para o bem-estar e para a ressignificação de experiências.

A diretora de Políticas para as Mulheres da SPMJ, Fernanda Cerqueira, contou que a atividade é mais uma que integra a celebração do Loreta Valadares. “É o centro mais antigo da Bahia e é fundamental, pois faz com que mulheres ressignifiquem suas vidas. Hoje, estamos com essa apresentação de dança, em que as assistidas, que fazem o acompanhamento de dançaterapia, fazem parte do espetáculo. Para nós, é uma alegria poder celebrar mulheres que ressignificaram as suas vidas. É uma possibilidade de mostrar a outras mulheres que o Loreta é um centro de referência que presta esse serviço importante, para elas saírem desse ciclo de violência”, disse.

Fernanda destacou que em momentos como esse é possível perceber como a política pública do Centro Loreta Valadares tem dado certo. “Percebemos o quanto é importante continuar trabalhando para que continue dando certo. São 20 anos, e é muito significante estar na diretoria neste momento simbólico e poder ver uma das assistidas mais antigas dançando no palco do Gregório de Mattos. Hoje é dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, e queremos fortalecer os direitos dessas mulheres para que nenhuma mulher nessa cidade seja vítima e que Salvador seja vista como a cidade que eliminou todas as formas de violência contra a mulher”, concluiu.

Aos 82 anos, Rilza dos Santos é a assistida mais antiga do centro, que frequenta desde março de 2017. “Eu hoje me sinto maravilhada, às vezes digo para as meninas que vou levar uma cama e um fogão para o Loreta e ficar lá o tempo todo, porque eu amo, me apaixonei pela atenção e assistência que o espaço me dá. É tudo de bom, levantou a minha autoestima, me reergueu. O Loreta é a minha segunda casa e a minha segunda família. Gosto muito da dança, de todos os tipos, desde a juventude, e hoje é uma terapia para mim”, afirmou.

Assistida há um ano no Loreta, Regina Rios, de 60 anos, veio de Feira de Santana: “Cheguei perdida, desmotivada, sem saber o que fazer e fui muito bem acolhida. Encontrei psicologia, assistência social e dança com a professora Hildete, que me levantou bastante. Para mim, lá é tudo de bom, caiu do céu. Participo de palestras, dos eventos, e hoje me sinto nota 10. Hoje sou outra pessoa, e hoje estamos finalizando com essa dança, de uma forma maravilhosa”.

A professora Hildete Nascimento, responsável pela dançaterapia há dois anos, afirma que o seu sentimento de gratidão é imenso. “Esse projeto nasceu do meu curso de doutorado, pois eu era gestora escolar e convivia com mães vítimas de violência. A partir do estudo, consegui levar esse projeto para o Loreta de forma pioneira. Cada movimento da dança é também um movimento de força, expressando a dor delas. Mostrar a rosa, ou o leque, é um poder. E isso tem feito essas mulheres mudarem muito. É perceptível. Elas ainda não estão curadas, pois leva bastante tempo, mas hoje elas têm uma autoestima grande, se enfeitam, sorriem, e percebo que o florescer é real em cada uma delas”, disse.

Criado em 2005, o Centro de Referência e Atenção à Mulher Loreta Valadares é coordenado pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), e atualmente funciona dentro da Casa da Mulher Brasileira. Ao longo de duas décadas, o centro se consolidou como um espaço de acolhimento especializado para mulheres em situação de violência, ampliando serviços e fortalecendo o atendimento humanizado oferecido às soteropolitanas que buscam apoio e acompanhamento.

Fonte: Prefeitura de Salvador

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