
Uma obra que reúne histórias de pescadores, relatos envolvendo fenômenos sobrenaturais ou monstros e as mais diversas experiências afetivas com familiares e amigos, acontecidas em espaços urbanos ou rurais. Tudo isto pode ser encontrado na coletânea intitulada “Histórias que vou contar”, produzida por estudantes do 9º ano da Escola Municipal Ana Maria Alves dos Santos, situada no Conjunto Feira X. O lançamento da obra literária, incluindo um momento especial de autógrafos, acontece na próxima sexta-feira (12), às 8h, na sede da Secretaria Municipal de Educação.
“São histórias que fazem ri, despertam medo, emocionam e trazem ensinamentos, além de aguçar a imaginação e despertar importantes reflexões”, disse a professora Elza Silva, durante explanação na Tribuna Livre da Câmara, na manhã desta terça-feira (9). Representando toda a comunidade escolar, a educadora que leciona Língua Inglesa, Artes, Identidade e Cultura, há 23 anos, explicou que o projeto foi uma das estratégias implementadas na escola visando o desenvolvimento da competência leitora e escritora dos estudantes.
Iniciado através de uma roda de leitura, que objetivava construir sentidos a partir de lendas africanas, indígenas e nordestinas, a iniciativa passou por coleta de histórias e socialização em sala de aula, um processo realizado durante quatro meses. “Daí percebemos o potencial dos alunos para o registro escrito destas narrativas e da riqueza de diversidades culturais, externadas por estas histórias que eles escreveram, reescreveram, ilustraram e editaram”, afirmou Elza Silva.
A escolha pela abordagem de histórias populares e lendas, segundo a professora, se deu porque são modalidades literárias legítimas que valorizam tradições, reconhecem culturas diversas e inserem os estudantes em práticas de linguagens reais e significativas. “Item crucial para formar amantes de literatura na escola”, observou. O trabalho também mostrou que o esforço valeu a pena. “Sim, porque os estudantes ampliaram o repertório cultural, aperfeiçoaram a competência comunicativa, avançaram na leitura e na escrita, fortaleceram a autoestima e desenvolveram a autonomia e a criatividade”, garantiu a professora.
Em sua avaliação, este resultado comprova que não se trata apenas da construção de uma coletânea de histórias, mas uma produção que demonstra a capacidade dos alunos de escreverem suas vivências. “E sendo assim, de fortalecerem laços familiares e serem autores e autoras de suas próprias histórias de vida”, disse Elza Silva. Ela destacou, ainda, que a iniciativa da Escola Ana Maria Alves dos Santos, que acolhe também estudantes dos bairros Viveiros, Jussara e São João do Cazumbá, foi publicada pela Secretaria Municipal de Educação.
INCENTIVO A OUTRAS ESCOLAS
Compartilhando espaço na Tribuna Livre, os estudantes Gustavo Barros e Sara Kelly de Carvalho destacaram a importância do trabalho desenvolvido nas turmas A e B, do 9º ano. Eles classificaram a experiência vivenciada como muito positiva. “Espero que sirva com incentivo para que outras escolas trabalhem mais com a escrita e línguas. E agradeço à Câmara por apoiar e reconhecer o papel de iniciativas educacionais como esta para os jovens”, declarou Gustavo.
Na opinião de Sara, o projeto ajuda no aprendizado educacional e na convivência social. “Aprendemos a compartilhar histórias antigas de nossos familiares e a entendermos melhor uns aos outros”, afirmou a estudante. No seu caso, ela percebeu que a leitura ficou mais leve. “A gente escreve, cria e consegue fazer com que todos percebam o valor que cada história tem”, ressaltou a estudante.
Fonte: Câmara de Feira de Santana




