
Fotos: Beatriz Leal/ SPMJ
Texto: Priscila Machado/ Secom PMS
Nesta edição do Festival Virada 2026, o programa Salvador Acolhe disponibilizou uma sala sensorial dentro da Escola Municipal Luíza Mahin, em Jardim Armação, voltada especialmente para crianças com algum tipo de transtorno do neurodesenvolvimento.
O espaço foi implantado pela Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), em parceria com a Guarda Civil Municipal (GCM), e conta com mesa para atividades de colorir, caixa de areia para estímulo tátil, fundamental para os assistidos com hipersensibilidade, além de brinquedos lúdicos e de outros recursos voltados para o desenvolvimento sensorial.
Guarda municipal e diretor de Prevenção à Violência, Ubirajara Azevedo conta como surgiu a iniciativa. “Antes, tínhamos dificuldade em lidar com crianças atípicas, de entender cada comportamento, cada reação. Então, passamos por capacitações. Através dos cursos que foram oferecidos, aprendemos a desenvolver objetos sensoriais e também a adquiri-los”, explicou.
A proposta é permitir que cada criança escolha os objetos com os quais se identifica, ajudando no processo de autorregulação.
“Cada criança tem uma necessidade e é ela que vai identificar. Ela escolhe e nós apenas interagimos, trocamos experiência e oferecemos estímulos para que ela possa compreender o que está em volta dela e se acalmar. Estamos tendo um resultado muito positivo de interação. As atípicas entram na sala sensorial e se identificam pelas cores, pelo cheiro, pelo tato e pelo espaço físico”, acrescentou Ubirajara.
Segundo a secretária de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo, a sala sensorial nasce a partir de um olhar atento, humano e sensível para as crianças acolhidas pelo programa Salvador Acolhe, especialmente as neurodivergentes.
“Nos últimos anos, percebemos um crescimento significativo dessa demanda, o que evidenciou a necessidade de um cuidado ainda mais especializado e acolhedor. O espaço, pensado com carinho e responsabilidade, é apenas o primeiro passo de um projeto que tem muito a evoluir”, afirmou.
Amparo – A vendedora ambulante Rita de Cássia de Melo, já há 28 anos no ramo, e conhecida como Negona de Boa, agradeceu à Prefeitura pelo conjunto de ações que estão amparando esses trabalhadores ao longo da realização do Festival Virada Salvador. Ela tem um neto com autismo, que não se comunica verbalmente, e ficou muito feliz em saber da existência da sala sensorial.
“Se não fosse aqui para acolher ele, o que seria de mim e da minha filha? Essa sala que a Prefeitura adaptou, para uma terapia, foi a melhor coisa do mundo, porque ocupa a mente dele, é uma recreação, é um aprendizado. Nós só temos que agradecer por esse acolhimento com refeição, banho, troca de roupa, lençol sempre limpinho, alimentação, médico, psicólogo, vários profissionais de apoio que trabalham 24 horas olhando essas crianças. Eu deixo meu neto aqui com total confiança, mesmo sentindo a saudade”, contou.
“Além de todo esse cuidado básico, há essa preocupação adicional com as brincadeiras. É historinha, é teatro, banho de mangueira, brindes. Meu neto não tinha nem acompanhamento. Graças à Prefeitura, eu já recebi orientação e, em breve, ele já vai passar pela triagem”.
Rita recordou-se de que no passado não tinha com quem deixar a filha e passou por muita dificuldade para conseguir exercer o trabalho como ambulante. Além disso, ela elogiou as outras ações voltadas para os ambulantes.
“Hoje, nós temos até transporte. Esse apoio é muito importante, principalmente para nós, mães e avós solo. O banheiro para tomar banho está uma maravilha, além do restaurante popular, que a gente nunca teve. Imagine você, ganhar sabonete, absorvente, pasta e escova de dente? Então é só agradecer pela oportunidade e pedir para Deus abençoar essas ações, para que continuem”.
Estrutura – O programa Salvador Acolhe está garantindo o acolhimento de filhos de ambulantes e catadores de recicláveis durante o Festival Virada Salvador 2026. O atendimento é voltado para crianças e adolescentes com idades entre 0 e 17 anos na Escola Municipal Luíza Mahin, em Jardim Armação. O local, com funcionamento por 24 horas e capacidade para até 120 crianças e adolescentes, estará em operação até 12h do dia 1º.
Fonte: Prefeitura de Salvador




