
Manifestando respeito pela “história de vida pública” do secretário de Mobilidade, Sérgio Carneiro, o vereador Silvio Dias (PT) disse hoje (24) que considera “gravíssimo” o fato da divulgação, no Diário Oficial Eletrônico do Município, de nomes de pessoas que convivem com HIV/Aids, fibromialgia e anemia falciforme. Todos tiveram suspenso o passe-livre no transporte coletivo em Feira de Santana. “Deve ser devidamente apurado”, afirmou o parlamentar, que é também advogado.
Ele questionou a Sérgio, que compareceu à Câmara para dar suas explicações sobre o caso, “quem deu a ordem” para entrar na justiça, visando retirar este direito de pessoas com doenças graves. Em resposta, o gestor afirmou que “está comprovada a não-intencionalidade de prejudicar as pessoas”. Quanto às motivações do questionamento “de um processo e de outro, não me sinto à vontade em discutir, pois receio invadir atribuições de outra pessoa”.
Professor Ivamberg (PT) ponderou que as redes sociais acabam “ampliando as situações e a repercussão negativa” das coisas que acontecem, mas indagou ao secretário sobre qual foi o passo a passo até a efetiva publicação dos dados oficialmente: “Como aconteceu isto na secretaria? E quanto ao aval da Procuradoria como se deu?”. Alegando questão “de caráter”, Sérgio disse preferir não transferir responsabilidades a outros. “A assinatura que estava ali era minha. Basta a mim, o ‘tribunal da internet’, pois não desejo a ninguém o que estamos passando nestes dias”.
Para Luiz da Feira (PP), é perceptível que assim como as pessoas que tiveram seus nomes divulgados, o secretário tem sofrido com o problema. “Teve coragem de pedir desculpas. Agora, vamos focar em tentar resolver o problema. Precisamos discutir para que as 600 pessoas do passe livre voltem a ter este direito”, frisou. Manifestando também solidariedade às pessoas que foram prejudicadas, Gean Caverna (Podemos) apontou a necessidade de discussão mais aprofundada sobre o sistema de transporte público da cidade. “Não é da noite para o dia que vamos resolver. Mas precisamos ser sensíveis às pessoas que precisam usar o passe livre”.
Fonte: Câmara de Feira de Santana