
O segundo dia do 10º Encontro de Mulheres Rurais da Bahia, realizado no Hotel Bahia Mar, em Salvador, foi marcado por diálogo, trocas de experiências e painéis temáticos com exposição dialogada sobre violência de gênero, território, avanços e conquistas das mulheres do campo, justiça climática e gênero, além de fé que move: direitos, cidadania e transformação social.
Promovido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM) e pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o encontro abre a programação da 16ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Febafes). Participam 250 mulheres dos 27 Territórios de Identidade, representando agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária e do crédito fundiário, marisqueiras, pescadoras, ribeirinhas, geraizeiras, ciganas e povos e comunidades tradicionais.
O encontro será encerrado nesta quarta-feira (10) com leitura da carta do 9º Encontro, e a construção coletiva da Carta do 10º Encontro de Mulheres Rurais. Também acontecerá a saída da Marcha das Mulheres para a abertura oficial da Febafes.
A chefa de gabinete da SPM, Neia Bastos, ressaltou o caráter identitário e transformador do encontro. “Nós estamos no segundo dia do encontro, o décimo, com mulheres representando os 27 territórios da Bahia. Hoje acontecem cinco eixos temáticos, provocando as mulheres para participarem das oficinas, construírem suas propostas e apresentarem em uma carta. O encontro é identitário, tem o pertencimento dos movimentos e organizações de mulheres rurais. A participação das mulheres é extremamente importante para construir políticas públicas e garantir que saiam do papel e se transformem em ações na ponta”.
Representando o governo federal, a subsecretária de Mulheres Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Viviana Bezerra de Mesquita, comemorou os dez anos da iniciativa e reforçou a parceria com o estado. “São dez anos desse encontro. Estamos muito felizes enquanto MDA de participar, ouvir as mulheres e pautar os avanços na política para as mulheres rurais. O MDA é parceiro do estado da Bahia e do fortalecimento das mulheres rurais. Queremos seguir construindo e valorizando o trabalho das mulheres no campo, garantindo autonomia econômica para que sigam produzindo comida de verdade”, disse.
Para muitas participantes, esta foi a primeira vivência no encontro. A estreante Maria Tupinambá, indígena da Aldeia Taquari, em Eunápolis, na Costa do Descobrimento, celebrou a oportunidade de aprendizado e troca cultural. “Por ser a primeira vez para mim, está sendo uma experiência muito boa. Vou levar só coisas boas daqui. Trabalho com artesanato e temos vontade em abrir um núcleo para ensinar e fortalecer a arte das mulheres da aldeia”, afirmou.
A agricultora Adenil Ramos, da cidade de Amélia Rodrigues, Território Portal do Sertão, também participa pela primeira vez do encontro e destacou a força coletiva do evento. “Um encontro acolhedor e muito produtivo. Estamos vendo a realidade de outras mulheres e compartilhando experiências. A gente percebe que não está só. Pretendo multiplicar tudo o que aprendi aqui, levar mais energia, determinação e encorajamento para as mulheres da minha região.”
Para Neivia Lima, coordenadora do GT de Mulheres da SDR, os dez anos do Encontro de Mulheres Rurais representam conquistas e resistência. “Esse décimo encontro é extremamente importante para nós. Resolvemos agrupar tudo o que foi discutido nesses dez anos e celebrar a resistência e a autonomia da mulher rural. Por isso escolhemos o tema ‘Guardiãs da Vida, Vozes da Democracia’, mostrando a mulher como aquela que protege a vida e fortalece a democracia. Muitos direitos que temos hoje são fruto da luta dessas mulheres”, acredita.



