Manifestantes pró-Palestina protestam na Itália; portos são bloqueados

Foto: © Remo Casilli/REUTERS

Manifestantes contra a ofensiva israelense em Gaza entraram em confronto com a polícia em Milão e em outras cidades italianas nesta segunda-feira, enquanto dezenas de milhares de pessoas marchavam em Roma e trabalhadores portuários bloqueavam portos em solidariedade aos palestinos.

A polícia lançou mão de equipamento anti-motim e disparou gás lacrimogêneo para tentar dispersar os manifestantes na estação central de Milão, disse uma testemunha da Reuters.

Os manifestantes, alguns vestidos de preto e outros agitando a bandeira palestina, usaram uma barra para quebrar uma janela na estação e arremessaram uma cadeira contra a polícia durante os confrontos.

Mais de 10 pessoas foram presas em Milão e cerca de 60 policiais sofreram contusões ou ferimentos mais graves, informou a agência de notícias italiana ANSA.

Os protestos fizeram parte de uma greve nacional convocada por sindicatos contra os assassinatos em massa de palestinos em Gaza.

No porto de Veneza, a polícia usou canhões de água para dispersar as manifestações. Os trabalhadores também realizaram manifestações nos portos das cidades de Gênova, Livorno e Trieste.

Estivadores afirmam que estão tentando impedir que a Itália seja usada como um ponto de parada para a transferência de armas e outros suprimentos para Israel, para sua guerra contra o Hamas em Gaza.

A primeira-ministra Giorgia Meloni condenou as cenas em Milão, capital financeira da Itália e co-anfitriã dos Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro próximo.

“(Isso foi) violência e destruição que não têm nada a ver com solidariedade e não mudarão a vida das pessoas em Gaza nem por uma fração, mas terão consequências concretas para os cidadãos italianos que acabarão sofrendo e pagando pelos danos causados por esses hooligans”, disse ela no X.

O governo de direita de Meloni é um tradicional apoiador de Israel na Europa e descartou a possibilidade de seguir outras nações ocidentais que reconheceram um Estado palestino.

Os manifestantes interromperam o tráfego em uma rodovia próxima à cidade de Bolonha antes de serem dispersos por canhões de água, enquanto em Roma dezenas de milhares de pessoas se reuniram do lado de fora da principal estação de trem antes de uma marcha que bloqueou um dos principais anéis viários.

Na cidade de Nápoles, no sul do país, houve escaramuças com a polícia quando a multidão forçou a entrada na principal estação de trem. Alguns deles entraram brevemente nos trilhos, causando atrasos nos serviços.

Foram realizadas manifestações em cidades de toda a Itália, escolas foram fechadas e as greves afetaram parte do transporte público.

Na cidade de Gênova, no noroeste do país, manifestantes entre uma multidão de várias centenas de pessoas agitavam a bandeira palestina ao redor do porto

“O povo palestino continua a nos dar mais uma lição de dignidade e resistência”, disse Ricky, um manifestante em Gênova de um grupo de trabalhadores de base chamado Coletivo Autônomo de Trabalhadores Portuários.

“Aprendemos com eles e tentamos fazer a nossa parte”, acrescentou.

* Reportagem adicional de Roberto Mignucci em Gênova, Angelo Amante em Roma

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Fonte: Agência Brasil

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