
Prestes a completar 267 anos de emancipação política, celebrados no próximo dia 28 de setembro, Camaçari se reconhece nos sonhos da juventude, que acredita no futuro constituído por mais oportunidades nas áreas de educação, arte, esporte e tecnologia.
Conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2022, o município possui 300.372 habitantes. Deste número, a população jovem é constituída por crianças (0 a 14 anos) e adolescentes (15 a 24 anos), que representam 21,6% e 14,7% do total, respectivamente, somando um índice de juventude de 36,3%.
Moldado, inicialmente, por indígenas Tupinambás e comunidades quilombolas e posteriormente pela ascensão industrial, o município hoje vê despontar uma nova geração que personifica o futuro com rosto, nome e vozes plurais como a de Maria Gabriela Anjos, 16 anos, moradora do bairro Nova Vitória. Atleta de jiu-jítsu, entre quedas e finalizações, a garota aprendeu a se levantar mais forte, como a própria cidade que chama de lar.
“Eu sou o futuro de Camaçari no esporte. Estou aqui para mostrar que a gente também pode vencer no tatame, nos campos ou nas arenas, além de influenciar novos pessoas”, afirma a jovem.
Filha de Camila dos Santos, também atleta de jiu-jitsu, e de Hebert Santos, fisiculturista, Maria Gabriela carrega a herança de uma família que fez do corpo um instrumento de superação. “A atividade física é de extrema importância na vida dos jovens, principalmente nesse tempo de tantas informações, telas e, às vezes, distanciamento social. Tive a graça de ter pais atletas e crescer conhecendo a beleza do esporte. Mas, para quem não tem isso em casa, o incentivo público é essencial”, acrescenta Maria, ao destacar ainda que investir no esporte vai além do retorno social, sendo um importante vetor econômico.
“Cidades que investem no esporte possuem mais chance de ter visibilidade, através do nosso destaque, do nosso sucesso enquanto atletas”, complementa a garota. Segundo dados do Ministério do Esporte (MESP), divulgados em junho deste ano, o desporto brasileiro movimentou R$ 183,4 bilhões em 2023, o equivalente a 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, superando até mesmo o percentual da área cultural, que foi de 1,55%.
Na cena esportiva, Camaçari traça novos rumos com o intuito de impulsionar os talentos locais, bem como a cadeia de benefícios que impulsionam a economia e fortalecem a identidade da cidade também como um polo esportivo. Nos dias 25 e 26 de outubro, a cidade recebe pela primeira vez, no complexo Cidade do Saber (CDS), o “Salvador Spring Open Gi, NoGi e Kids” – evento de jiu-jitsu organizado pela Confederação Brasileira de Jiu-jitsu (CBJJ).
Também da Nova Vitória, um dos bairros da sede com maior número de habitantes, Kaiky Coutinho, 18 anos, acredita na construção de um futuro envolto pela cultura camaçariense. Pés no chão, corpo movido pela arte e mente poética, o jovem se divide entre a formação técnica em Eletrotécnica, no Centro Territorial de Educação Profissional da Região Metropolitana (Cetep), e a dança contemporânea, no Centro do Movimento Sinha Guimarães. “Para mim, a dança é onde eu encontro liberdade”, reverbera.
O jovem representa o reflexo da potência cultural camaçariense, tendo em vista que o mesmo chão que abriga o maior Complexo Industrial Integrado do Hemisfério Sul é também solo fértil de artistas que, ao longo dos anos, encontraram no sonho resistência e existência. Exemplos disso são Ângela Cheirosa – reconhecida como uma referência em dança do ventre -, o cantor Denny Denan e a big band Afrocidade, nascida em 2011 no Núcleo de Música da CDS.
Ao falar sobre a Cidade do Saber, complexo de educação, cultura, esporte e lazer criado em 2007, que atua no município como importante centro de inclusão social e desenvolvimento comunitário, Renata Carvalho, 17 anos, iniciou as pretensões para o futuro. A jovem carrega no sangue a força da indústria e a leveza da arte. Neta de Jorge da Silva, ex-trabalhador do então Polo Petroquímico de Camaçari, e filha de Rubem de Carvalho, dançarino de hip hop, ela assegura que aprendeu desde pequena que o futuro pode ser pautado abraçando a razão e a emoção.
Estudante do curso técnico de Química no Cetep, ela também foi medalhista no Ballace – Festival Nacional de Dança, um dos maiores eventos do segmento no Brasil. Agora, com o retorno da CDS, Renata está matriculada no curso de balé clássico ofertado gratuitamente no equipamento.
“Em Camaçari tenho a chance de viver meu sonho no mundo da dança, pensando também em uma segunda opção no mundo industrial. É isso que acredito que a maioria dois jovens desejam quando pensam no amanhã”, pontua Renata.
Maria Gabriela, Kaiky e Renata representam a juventude camaçariense conectada com o futuro, que espera que o município seja laboratório, palco, fábrica ou sala de aula, mas, sobretudo, com o compromisso de ser protagonizado por rostos de gente daqui.
Fonte: Prefeitura de Camaçari