Com a presença de Jerônimo, PT lança oficialmente Zé Neto como candidato

Glauco Wanderley

O governador Jerônimo ainda está aprendendo a falar o sobrenome artístico-religioso do vice Sandro (Nazireu). Mas o próprio candidato e a esposa Jana pareceram muito à vontade na convenção do PT (e mais Podemos, PCdoB, PV, PP, PSOL, Rede, Avante, PSB, Agir, PSD e MDB) que oficializou os nomes dos postulantes ao Executivo e à Câmara Municipal. O casal falou pouco, é verdade, talvez porque ainda busquem o tom adequado em um ambiente onde são neófitos.

Em meio a uma quantidade abusiva de fogos a massacrar ouvidos humanos e sobretudo de animais domésticos, o PT fez sua festa de lançamento oficial na Prime Music, junto ao viaduto que liga a Maria Quitéria à Fraga Maia.

Da cúpula petista baiana veio apenas o governador Jerônimo, que advertiu a militância de que são apenas 9 semanas até o momento de comparecer às urnas e portanto é preciso correr.

Ângelo Almeida, o representante do PSB nos discursos, não deixou margem para desconfiança sobre algum tipo de revolta motivada pela troca do correligionário Roberto Tourinho pelo cantor gospel na chapa majoritária. Em sua fala colocou ênfase na importância de conquistar a prefeitura neste momento em que o grupo está no poder no estado com Jerônimo e no Brasil com Lula.

“Da outra vez a bola bateu na trave, mas desta vez vai entrar”, garantiu na sequência o deputado estadual Robinson Almeida, como se complementasse o discurso de Ângelo e fazendo menção à eleição de 2020, na qual o PT venceu o primeiro turno e tomou virada na sequência.

Até a esposa de Zé Neto discursou, colocando-se como testemunha do amor dele por Feira e criticando o abandono da cidade, que estaria sem auto-estima, de acordo com Nayana Santana. Humberto Cedraz reforçou, afirmando que o petista está preparado para governar não só Feira de Santana como qualquer cidade no Brasil.

Em seu discurso, além da esperada crítica à situação da cidade em todas as áreas, Zé Neto destacou pelo menos três iniciativas que pretende adotar: prometeu não fazer demissão em massa do pessoal terceirizado (segundo ele, são 10 mil de 15 que trabalham para o município), instalar sub-prefeituras nos distritos e fazer drenagem a fim de combater os alagamentos que algumas regiões sofrem a cada chuva mais intensa. O deputado disse representar “a mudança que Feira precisa, quer e merece”.

Antes de dar início ao discurso, Zé Neto pediu um minuto de silêncio pelo militante Grampão, que seria candidato a vereador e foi encontrado morto em seu carro na última quinta-feira, possivelmente vítima de um infarto.