Baianas de acarajé participaram nesta terça-feira (1º) de uma formação sobre Mulher: Gênero e Raça, em Salvador, organizada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). O evento faz parte da capacitação "Afroturismo", promovida pela Secretaria de Turismo da Bahia (Setur), em parceria com a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (ABAM). A formação aconteceu no auditório da Setur e abordou temas como gênero, raça e enfrentamento à violência.
Cerca de 200 baianas participaram da atividade, que foi dividida em duas turmas, uma pela manhã e outra à tarde. A coordenadora de prevenção à violência da SPM, Francileide Araújo, conduziu a formação e destacou a importância de trabalhar a autonomia das mulheres negras e a identificação das diferentes formas de violência. “A maioria dessas mulheres está mais vulnerável à violência tanto no espaço público quanto no privado. Nossa intenção aqui é instruir as baianas a identificar e nomear essas violências, a se apoiarem mutuamente e a enfrentarem essas questões no ambiente de trabalho e nas relações pessoais”, explicou.
Além de tratar questões de gênero e raça, o objetivo da capacitação é também melhorar a qualidade dos serviços prestados pelas baianas de acarajé. Segundo Juliana Araújo, diretora de qualificação e segmentação turística da Setur, o curso busca preservar as tradições culturais ao mesmo tempo em que prepara as baianas para atender o público de maneira qualificada. “Queremos que as baianas estejam sempre atualizadas e preparadas para lidar com o público diverso que visita Salvador. As baianas são um pilar importante da nossa identidade cultural e queremos empoderá-las para que ofereçam um serviço de qualidade que fortaleça o afroturismo na Bahia”, disse.
Uma das participantes, Ana Cássia Neri, que herdou o ofício de sua mãe, uma das baianas mais tradicionais do Farol da Barra, falou sobre a importância da formação. “É uma formação especial voltada para o que passamos no dia a dia. A autoestima que estamos ganhando é algo que vamos levar para sempre”, comentou.
Angelimar Trindade, diretora administrativa da Abam, também reforçou o valor do curso, que abrange temas essenciais para as baianas de acarajé, beiju, mingau e de receptivo. “Esse curso aborda temas que nunca imaginamos. Essa parceria é muito importante para a baiana que precisa se empoderar e entender que o conhecimento adquirido é um patrimônio que ninguém pode tirar dela”, afirmou.
A formação começou no início de setembro e vai até o dia 13 de outubro, incluindo aulas sobre higiene, manipulação de alimentos, atendimento ao público, empreendedorismo, confecção de trajes, montagem de tabuleiros e orientações sobre a abertura de microempresas individuais (MEI).
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