Visitas a Territórios Indígenas buscam soluções para o semiárido

A equipe de especialistas da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) seguiu com o mapeamento de tecnologias sociais e visitou, nesta terça-feira (03), os territórios indígenas Tuxi e Tuxá, localizados nas cidades de Abaré e Rodelas, respectivamente. O objetivo das visitas é identificar soluções para enfrentar a desertificação e aridez que afetam o norte do estado, considerando o conhecimento tradicional dos povos indígenas sobre o clima semiárido.

As atividades começaram na segunda-feira (02) e incluem passagens por comunidades rurais em Chorrochó, Macururé, Abaré, Rodelas e Curaçá. O trabalho resultará em um plano emergencial para ampliar ações bem-sucedidas e implantar novas tecnologias voltadas para a convivência sustentável no semiárido.

Magno Monteiro, especialista da Sema, destacou que a visita tem como foco o levantamento de práticas já utilizadas pelo estado, como cisternas, calçadão e barreiro, além de técnicas de coleta seletiva de sementes nativas. "Associadas a essas estruturas, o conhecimento dos povos indígenas sobre o uso sustentável dos recursos naturais, como a coleta seletiva de sementes nativas para uso em viveiro de mudas e proteção aos ecossistemas da Caatinga", explicou.

O cacique Alcindo, da comunidade Tuxi de Abaré, detalhou os principais desafios da região, especialmente a questão hídrica. "Nossa maior dificuldade é neste período longo sem chuvas, pois a água que nos abastece passa antes por outra comunidade e por muitos dias acaba não chegando aqui. Mesmo com as cisternas ajudando, não é suficiente para tudo que precisamos", afirmou.

As visitas seguem durante a semana com o objetivo de fortalecer a colaboração entre governo, sociedade civil e comunidades locais para enfrentar a seca. Jeferson Viana, consultor da Casa Civil, destacou o conhecimento profundo das comunidades indígenas sobre as mudanças climáticas, considerando-as aliados valiosos para a preservação ambiental.

O trabalho envolve ainda parceiros como a Casa Civil, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), a Companhia de Ação e Desenvolvimento Regional (CAR), a ONG Agendha e a Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido (ARCAS).