A força de paz das Nações Unidas no Líbano (Unifil) solicitou nesta quinta-feira (26) a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano em tempo apropriado. O pedido foi feito em decorrência do que a Unifil classificou como violações de um acordo de cessar-fogo, firmado em 27 de novembro, com o grupo armado libanês Hezbollah, que conta com o apoio do Irã.
Israel e o Hezbollah estabeleceram um cessar-fogo de 60 dias, mediado pelos Estados Unidos, que prevê a retirada militar israelense em fases após mais de um ano de conflito, conforme a resolução de 2006 do Conselho de Segurança da ONU que encerrou o último grande confronto entre os dois lados.
O acordo determina que os combatentes do Hezbollah devem se deslocar para o norte do Rio Litani, a cerca de 30 km da fronteira com Israel, enquanto as forças israelenses devem se retirar totalmente do sul do Líbano.
Em sua declaração, a Unifil expressou preocupação com a destruição contínua de áreas residenciais, terras agrícolas e infraestrutura no sul do Líbano, atribuída às forças israelenses. A Unifil considera essas ações como uma violação da Resolução 1701 da ONU. "A Unifil continua a insistir na retirada oportuna das Forças de Defesa de Israel e no posicionamento das Forças Armadas Libanesas (no lugar do Hezbollah) no sul do Líbano, juntamente com a implementação total da Resolução 1701 como um caminho abrangente em direção à paz", afirma o documento.
Os militares israelenses informaram que estão avaliando as críticas feitas pela Unifil, mas não comentaram mais sobre o assunto. De acordo com os termos da trégua com o Hezbollah, as forças israelenses têm até 60 dias para se retirar do sul do Líbano, e nenhum dos lados pode realizar operações ofensivas durante esse período.
O Exército do Líbano declarou que está acompanhando a Unifil e o comitê que supervisiona o acordo, em relação a uma suposta incursão mais profunda das forças israelenses em algumas áreas do sul do Líbano.
A Unifil reafirmou sua disposição de monitorar a área ao sul do Rio Litani para garantir que ela permaneça desarmada, exceto pelas forças do governo libanês e da Unifil. O cessar-fogo representa o fim do confronto mais letal entre Israel e o Hezbollah desde a guerra de seis semanas em 2006. No entanto, Israel continuou suas operações militares contra militantes palestinos em Gaza.
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