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INTERNACIONAL

Identificados corpos de adolescentes desaparecidos no Equador

Militares são presos por envolvimento em desaparecimento forçado

02/01/2025 06h09Atualizado há 2 meses
Por: Redação

O Ministério Público do Equador informou nesta terça-feira (31) que os corpos carbonizados encontrados próximos a uma base militar foram identificados como os quatro adolescentes que desapareceram após serem detidos por soldados há três semanas. A Justiça ordenou a prisão preventiva de 16 militares envolvidos no caso, que ocorreu na região de Guayaquil, e os procuradores os acusam de desaparecimento forçado. Os adolescentes tinham entre 11 e 15 anos.

Os adolescentes, Saúl Arboleda, Steven Medina e os irmãos Josué e Ismael Arroyo, saíram de casa para jogar bola no dia 8 de dezembro e foram detidos por uma patrulha de soldados no bairro de Las Malvinas, sob acusação de roubo. Os corpos carbonizados foram encontrados no último dia 24 em uma área de mangue próxima a uma base da Força Aérea do Equador, de onde saiu a patrulha que deteve os adolescentes. A Justiça determinou que houve um desaparecimento forçado, resultando na prisão dos militares.

O governo do presidente Daniel Noboa lamentou a confirmação da identidade dos corpos em uma nota do Ministério da Defesa, afirmando que "esse fato deixa todo o país de luto". O governo reafirmou o compromisso com a verdade e a transparência no caso até que os responsáveis sejam encontrados.

Os corpos estavam completamente destruídos e foram identificados apenas por exames de DNA. Os soldados devem ficar detidos em uma cadeia comum, com penas que podem chegar a 26 anos de prisão se condenados. Os militares negam ter matado os adolescentes, alegando que foram detidos e liberados logo em seguida.

Protestos ocorreram em frente ao tribunal que decretou a prisão dos militares, com manifestantes exigindo justiça. Em contrapartida, houve um protesto a favor dos soldados, com apoiadores clamando pela liberdade dos 16 detidos. Acusações contra o presidente Noboa surgem de diversas entidades, que apontam para graves violações dos direitos humanos em 2024, em meio a um estado de emergência e aumento da violência relacionada ao narcotráfico. O Congresso declarou luto oficial e pediu justiça.

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