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MP-BA convoca Claudia Leitte para em 15 dias se manifestar sobre acusação de racismo

Cantora trocou o nome de Iemanjá pelo de Jesus em uma música

08/01/2025 14h58Atualizado há 2 semanas
Por: Redação

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) estabeleceu um prazo de 15 dias para que a cantora Claudia Leitte se manifeste sobre a substituição do nome de um orixá em uma de suas músicas durante apresentações recentes em diferentes estados.

O MP-BA instaurou um inquérito para investigar um possível ato de racismo religioso por parte da artista e agendou uma audiência pública para o dia 27 de janeiro, às 14h, na sede do órgão em Salvador.

A promotora Lívia Sant'Anna Vaz, responsável pela portaria, também convocou os compositores da canção "Caranguejo" para serem ouvidos. O g1 tentou contato com a defesa de Claudia Leitte, mas não obteve resposta até a última atualização da reportagem.

Em coletiva de imprensa antes de sua apresentação no Festival Virada Salvador, a cantora afirmou que "racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de forma tão superficial". Durante o show, ela optou por não executar a música em questão.

O inquérito foi aberto após o primeiro show de ensaio de verão da artista no Candyall Guetho Square, onde ela cantou "Eu canto meu Rei Yeshua" em vez de "Saudando a rainha Iemanjá", como fazia em apresentações anteriores desde 2014, ano em que se converteu ao evangelho.

A decisão gerou reações nas redes sociais e foi comentada por autoridades, incluindo o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, e a professora e vencedora do Prêmio Jabuti, Bárbara Carine. Ambos criticaram a retirada dos nomes de orixás das músicas e destacaram a questão do racismo religioso.

O MP-BA recebeu denúncias sobre o caso por meio da Iyalorixá Jaciara Ribeiro e do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). O inquérito visa investigar a "responsabilidade civil diante de possível ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal".

A polêmica gerou debates, com Tourinho afirmando que a atitude de Claudia Leitte é racismo, e Bárbara Carine mencionando o "terrorismo religioso" que atinge a cultura afro-brasileira. Em defesa da cantora, Carlinhos Brown ressaltou que "todas as pessoas têm direito a ter suas manifestações" e negou que Claudia Leitte seja uma pessoa racista.

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