Embasa 5-5
INTERNACIONAL

Ex-candidato à presidência da Venezuela é preso antes da posse de Maduro

Enrique Márquez é acusado de articular golpe de Estado

09/01/2025 14h39Atualizado há 2 semanas
Por: Redação

Três dias antes da posse de Nicolás Maduro, na Venezuela, o ex-candidato à presidência, Enrique Márquez, do partido Centrados, foi preso sob a acusação de tentativa de golpe de Estado. O governo alega que Márquez estaria planejando uma posse paralela à presidência do opositor Edmundo González a partir de embaixadas venezuelanas no exterior.

Na quarta-feira (8), a esposa de Márquez, Sonia Lugo de Márquez, denunciou a detenção do marido em uma rede social. "Já se passaram 24 horas desde que meu marido, Enrique Márquez, foi sequestrado por grupos paramilitares que, usando a força como lei, pretendem silenciar e intimidar aqueles de nós que queremos um país melhor e temos uma visão diferente", afirmou.

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, confirmou a prisão e alegou que Márquez é acusado de articular um golpe de Estado e de formar um governo paralelo. "Como o senhor [Edmundo González] não pode vir aqui, ou não quer vir aqui, vão se reunir cinco criminosos na sede de uma embaixada estrangeira e lá vão juramentar Edmundo porque ele está em território venezuelano", disse Cabello.

Deputados opositores do partido Copei criticaram qualquer tentativa de estabelecer uma administração paralela. "É inaceitável um governo interino, passado ou futuro, que pretenda deslegitimar as instituições do Estado venezuelano e se atribua qualidade administrativas sobre os ativos da República no estrangeiro", comentou o deputado e secretário-geral do Copei, Juan Carlos Alvarado, na terça-feira (7).

O opositor Edmundo González, que se candidatou pelo principal grupo oposicionista do país, a Plataforma Unitária, acusou o governo de fraudar a eleição presidencial de 2024 e prometeu retornar ao país antes da posse de Maduro, marcada para esta sexta-feira (10). Grupos da oposição convocaram manifestações para hoje (9).

A prisão de Enrique Márquez gerou repercussão internacional. Desde a reeleição de Maduro, em 28 de julho de 2024, Márquez vinha denunciando a falta de transparência na divulgação dos resultados eleitorais. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que essa detenção impede sua participação na posse de Maduro. "Assim como nosso amigo Enrique Márquez, um destacado progressista venezuelano, Carlos Correa, um destacado defensor dos direitos humanos na Venezuela, foi preso", disse Petro.

Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público, foi levado por funcionários de segurança em Caracas e seu paradeiro é desconhecido. O presidente colombiano ressaltou que a Colômbia não romperá relações com a Venezuela, mas pediu respeito aos direitos humanos no país.

A oposição e parte da comunidade internacional, incluindo Estados Unidos e União Europeia, têm apontado que a eleição venezuelana não cumpriu as regras do país, devido à falta de auditorias e à não divulgação dos dados por mesa eleitoral. Os protestos que contestaram os resultados eleitorais resultaram em dezenas de mortes e mais de 2 mil prisões. O governo de Maduro defende que as eleições foram ratificadas pelas instituições do país e exige que a oposição respeite as decisões dos tribunais.

Nenhumcomentário
500 caracteres restantes.
Seu nome
Cidade e estado
E-mail
Comentar
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou com palavras ofensivas.
Mostrar mais comentários