O Brics passou a contar, nesta semana, com a Indonésia entre os membros plenos do bloco. O país-arquipélago é formado por 17 mil ilhas e é conhecido por suas praias e pelo turismo.
A nação tem a quarta maior população do planeta e a oitava maior economia mundial, considerando a paridade do poder de compra (ppc) das moedas, sendo um dos países que mais cresce na Ásia e que tem reduzido a pobreza nos últimos anos.
Analistas consultados pela Agência Brasil afirmam que o ingresso da Indonésia no Brics é positivo e amplia o leque de potências regionais do Sul Global em meio à expansão do bloco. Além disso, destacam que a tradição de neutralidade na política externa da Indonésia reduz as tensões do Brics com potências ocidentais.
A professora de relações internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Ana Elisa Saggioro Garcia, avalia que a Indonésia ingressa no bloco como uma potência regional asiática, econômica e politicamente relevante. Ela afirma: "A Indonésia soma de uma maneira positiva com um Brics mais reformista e com menos enfrentamento geopolítico."
Para a pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas Brics, da PUC do Rio, a Indonésia fortalece a perspectiva de tornar o Brics um bloco de potências regionais do Sul Global. Ela afirma que a Indonésia atrai parceiros que não querem ficar à sombra dos países ocidentais e que pretendem apostar no mundo multipolar.
O economista Igor Lucena destacou o papel mais neutro da Indonésia nas relações externas, com fortes ligações comerciais com Singapura, Japão e Estados Unidos, além de expandir operações com a China. Ele observou que a Indonésia mantém cooperação militar e de defesa com nações do Pacífico, como Austrália e Nova Zelândia.
Em nota, o governo da Indonésia agradeceu o papel do Brasil e da Rússia para seu ingresso no grupo, destacando que a aliança reflete a atuação cada vez mais ativa do país em questões globais. O governo indonésio afirmou: "O Brics é uma plataforma importante para a Indonésia fortalecer a cooperação Sul-Sul."
Com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,37 trilhão em 2023, a Indonésia tem quase 280 milhões de habitantes e um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,713, ocupando a posição número 112 do ranking da ONU. O Brasil, no mesmo ano, registrou um PIB de US$ 2,17 trilhões e um IDH de 0,760.
Apesar de ser conhecida pelo turismo, a Indonésia tem uma economia diversificada, com mais de 40% do PIB no setor industrial. O economista Igor Lucena destacou que a Indonésia é um mercado consumidor importante para produtos brasileiros.
O Brasil exporta para a Indonésia principalmente produtos agropecuários. Em 2023, o país asiático foi o 14º destino mais importante para as exportações brasileiras, que totalizaram US$ 4,1 bilhões.
Lucena afirmou que a adesão da Indonésia ao Brics pode ser uma importante oportunidade para o Brasil entrar no sudeste asiático e diminuir sua dependência econômica da China.
Nos últimos três anos, a Indonésia registrou um crescimento do PIB de 5,1% em média. O Brasil assumiu a presidência do Brics neste ano e anunciou a adesão da Indonésia, que é um dos nove países previstos para ingressar formalmente no bloco.
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