O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta quarta-feira que a prioridade deve ser aliviar o sofrimento gerado pela guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, após o recente acordo de cessar-fogo.
Ele destacou que a guerra de 15 meses resultou na destruição de grande parte de Gaza, deslocando a população de 2,3 milhões de pessoas várias vezes. Guterres descreveu a situação humanitária no enclave palestino como catastrófica. "A ONU está pronta para apoiar a implementação desse acordo e aumentar o fornecimento de ajuda humanitária sustentável aos inúmeros palestinos que continuam sofrendo", declarou a repórteres.
O secretário-geral também ressaltou que é imperativo que o cessar-fogo remova os obstáculos políticos e de segurança que dificultam a entrega de ajuda em Gaza, para possibilitar um aumento no apoio humanitário. A operação humanitária da ONU enfrenta dificuldades devido à ação militar de Israel, restrições de acesso e saques por gangues armadas.
Fontes indicaram que os detalhes sobre o aumento da ajuda ainda não foram definidos e serão discutidos em reuniões no Cairo na próxima quinta-feira. A segurança em Gaza é apontada como a questão mais desafiadora. "A segurança não é (responsabilidade) dos humanitários. E é um ambiente muito caótico", comentou uma autoridade sênior da ONU, alertando que a situação pode piorar sem um acordo.
O acordo de cessar-fogo estipula que 600 caminhões de ajuda humanitária devem ser autorizados a entrar em Gaza diariamente, incluindo 50 com combustível. Metade dessa ajuda será direcionada ao norte de Gaza, onde a fome é uma preocupação iminente. Guterres disse: "Faremos tudo o que for humanamente possível, cientes dos sérios desafios e restrições que enfrentaremos. Esperamos que nossos esforços sejam acompanhados por outros atores humanitários, pelo setor privado e por iniciativas bilaterais".
A ONU vem alertando há mais de um ano sobre o risco de fome em Gaza. Israel, por sua vez, afirma que não há escassez de ajuda e cita mais de um milhão de toneladas entregues, acusando o Hamas de roubar o auxílio, o que o grupo nega, atribuindo a culpa a Israel pela falta de recursos.
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