O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerrou seu discurso de posse no Capitólio, em Washington, nesta segunda-feira (20) afirmando que o futuro pertence aos norte-americanos e que uma “era de ouro acaba de começar.”
Antes disso, ele disse que “a América, mais uma vez, vai tomar o lugar de a nação mais respeitada e poderosa da Terra.” Confiante, também garantiu que “nos Estados Unidos, o impossível é o que fazemos de melhor.”
O cientista político e sócio da Consultoria Tendências, Rafael Cortez, classificou a fala do novo presidente como um exemplo do “estilo verborrágico, sempre muito exagerado sobre os seus feitos e sobre o que ele significa na história americana.”
Cortez ainda comentou que “o imaginário de liderança que o Trump personifica é um imaginário de vencedor. Ele precisa ser percebido como um líder que vence as disputas.”
No entanto, a empolgação do discurso de Donald Trump contrasta com análises que percebem uma diminuição da importância econômica, cultural e militar dos Estados Unidos nos últimos anos. Para esses analistas, “os Estados Unidos não conseguem mais sozinhos resolver o problema do Oriente Médio, por isso que eles querem sair.”
O professor Antonio Jorge Rocha, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), afirmou que as promessas de apogeu de Trump não serão cumpridas e que haverá uma “aceleração do fim da liderança americana.” Segundo ele, “os Estados Unidos sairão desses quatro anos menos poderosos do que estão hoje.”
Rocha também criticou a visão de Trump, referindo-se ao seu pensamento como do “século 19”, ao sugerir a imposição de tarifas sobre mercadorias. “As tarifas incidem sobre produtos, que hoje não são a parte mais valiosa das transações internacionais”, explicou.
O professor destacou que “o mundo não é mais o do mercantilismo, a economia não é mais a industrial.” Outro sinal de anacronismo no discurso de Trump estaria na intenção de “acabar com a ideia mandatória dos carros elétricos” e na promessa de aumentar a produção de petróleo.
Cortez observou que o estímulo à indústria petroleira, com desregulamentação ambiental, pode aumentar a produção de energia e pressionar a inflação. Por outro lado, Rocha acredita que a demanda por mais combustível poderá reduzir tensões com a Venezuela.
Além disso, Cortez advertiu que a política de deportações de imigrantes brasileiros e o aumento de juros nos EUA para conter a inflação podem impactar o Brasil, resultando no crescimento das taxas de juros nos países emergentes e pressionando o câmbio.
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