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Direitos Humanos

Senegalês agredido por PMs permanece com fragmento de taser na cabeça

Vítima sofreu cirurgia e busca reparação por danos permanentes

23/01/2025 16h03Atualizado há 4 semanas
Por: Redação

Um senegalês agredido por policiais militares no bairro do Brás, em São Paulo, na quinta-feira (16), ainda tem um fragmento de projétil alojado na cabeça, mesmo após cirurgia. O médico que realizou o procedimento considera arriscado uma nova cirurgia, aumentando a chance de que o fragmento permaneça na região para o resto da vida.

Durante a abordagem, dois agentes alegaram que a vítima havia cometido lesão corporal, enquanto um haitiano presente foi acusado de desacato, conforme boletim de ocorrência. O atestado médico do senegalês confirma a presença do fragmento na caixa craniana e recomenda que ele apresente o documento ao passar por detectores de metais.

A advogada Ananda Endo, do Programa Trabalhadores Ambulantes do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, afirmou: "Vamos buscar junto à Defensoria Pública alguma medida de reparação contra o Estado diante dessa situação à qual ele foi submetido, agora com consequências permanentes para sua integridade física".

Representantes do centro de defesa de direitos humanos se reuniram com Mauro Caseri, ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, para registrar uma denúncia sobre o caso. Caseri comprometeu-se a encaminhar a situação à Corregedoria da PM e sugeriu a criação de um grupo de trabalho para abordar a situação dos ambulantes e minimizar a violência.

Em parceria com a vereadora Amanda Paschoal (PSOL), a entidade também protocolou uma representação no Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) para monitorar a conduta dos policiais e verificar potenciais abusos.

Os dados de 2024 indicam um aumento significativo nas mortes decorrentes de intervenções policiais no estado, com um aumento de 65% em relação ao ano anterior, totalizando 835 casos. A Polícia Militar declarou que um inquérito foi aberto para investigar o caso, mas não confirmou se os agentes envolvidos foram afastados, afirmando que "não compactua com desvios de conduta".

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