Memória da Revolta dos Malês é preservada em documentos digitalizados

A Revolta dos Malês, uma luta pela liberdade dos negros escravizados, ocorreu em Salvador entre 24 e 25 de janeiro de 1835, marcando 190 anos deste evento significativo. Durante o Período Regencial, o levante foi protagonizado por cerca de 600 negros de diversas etnias, com destaque para os nagôs e hauçás.

O Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB) disponibilizou no AtoM, um software gratuito para pesquisa, um conjunto documental composto por seis maços de registros sobre a Revolta dos Malês. Esses documentos, que incluem informações sobre um processo crime de um escravizado chamado José, revelam a influência da Revolução Francesa nos ideais da revolta.

Jorge Vieira, diretor do APEB, ressaltou a importância da documentação preservada, destacando que a revolta foi liderada por escravizados de origem muçulmana. “A documentação referente à Revolta dos Malês custodiada no APEB é de extrema importância na salvaguarda da nossa memória ancestral”, afirmou. Os documentos incluem escritos em árabe, com trechos do Alcorão.

O conjunto documental também inclui um sumário sobre a apreensão de mais de duzentos negros que chegaram clandestinamente às praias de Itapuã. A série REMA – Revolta dos Malês está totalmente digitalizada e acessível ao público no AtoM.