O Vaticano solicitou nesta terça-feira (28) que os governos fiquem atentos ao desenvolvimento da inteligência artificial (IA), apontando que a tecnologia possui "a sombra do mal" em sua capacidade de disseminar desinformação.
"A mídia falsa gerada pela IA pode gradualmente minar os fundamentos da sociedade", afirma um novo texto sobre a ética da IA, elaborado por dois departamentos do Vaticano e aprovado pelo papa Francisco.
O documento destaca que "essa questão requer uma regulamentação cuidadosa, pois a desinformação -- especialmente por meio da mídia controlada ou influenciada pela IA -- pode se espalhar involuntariamente, alimentando a polarização política e a agitação social".
Francisco, que lidera a Igreja Católica desde 2013 e possui 1,4 bilhão de membros, tem se dedicado a abordar questões éticas relacionadas à IA nos últimos anos. Na semana passada, ele enviou uma mensagem sobre o tema ao Fórum Econômico Mundial em Davos, alertando líderes políticos, econômicos e empresariais sobre as "preocupações críticas" que a tecnologia levanta para o futuro da humanidade.
O papa também trouxe a discussão sobre tecnologia na cúpula do G7 na Itália, em junho, enfatizando que as pessoas não devem permitir que os algoritmos decidam seu destino.
O novo documento do Vaticano, intitulado "Antica et nova" (Antiga e nova), analisa os impactos da IA em diversos setores, incluindo mercado de trabalho, saúde e educação. "Como em todas as áreas em que os seres humanos são chamados a tomar decisões, a sombra do mal também aparece aqui", destaca o texto. "A avaliação moral dessa tecnologia precisará levar em conta como ela é direcionada e usada."
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