A Câmara reabriu hoje, fazendo aquela sessão especial do início da legislatura, que tem a presença do chefe do Executivo.
Os discursos começaram pelo primeiro vice-presidente, Pedro Américo, que mencionou, em tom de cobrança ou advertência, uma série de ações que deveriam ser objeto de preocupação dos políticos.
Na sequência, o prefeito José Ronaldo basicamente reafirmou seus compromissos de campanha.
Aprofundou-se um pouco mais na questão do hospital municipal, admitindo que ele precisa ser maior do que está proposto na obra iniciada por Colbert, que previa só 10 leitos.
Diante disso, surgiu até a possibilidade de ser construído em outro local. O prefeito disse que está em reuniões constantes com a equipe e que, em poucos dias, vai anunciar decisões.
Pastor Valdemir será o vice-líder do governo na Câmara, e Zé Carneiro foi anunciado por Ronaldo como líder.
Zé Carneiro é um dos veteranos da Câmara e já ocupou essa função em outros momentos, tanto com o Executivo sob o comando de José Ronaldo quanto com Colbert Filho.
A sessão foi encerrada com um brevíssimo discurso do presidente Marcos Lima, onde ele mencionou aquele chavão de que o Legislativo vai atuar em relação ao governo "com independência, com responsabilidade e sem submissões".
Aí só o tempo vai dizer. E, das outras quatro vezes que Ronaldo foi prefeito, o tempo disse que os vereadores atuam sem independência e com submissões.
Até porque é com a fidelidade ampla, geral e irrestrita que os vereadores esperam receber compensações do governo que garantam sua reeleição na próxima vez que precisarem pedir votos ao povo.
Sem qualquer susto, o atual presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes, foi reeleito com 61 votos dos 63 possíveis.
Um deputado faltou à sessão de ontem e um votou contra, pois também era candidato: Hilton Coelho, do PSOL.
Mesmo tendo só o voto dele mesmo, Hilton pode acabar fazendo Adolfo Menezes perder, porque anunciou que vai entrar com ação no STF questionando a re-reeleição do presidente.
Por isso mesmo, o partido de Adolfo, o PSD, tem também a primeira vice-presidente, que é a deputada Ivana Bastos. Se Adolfo cair pela ação judicial, ela assume, e o partido continua no comando.
Rosemberg Pinto, líder do governo, queria esse lugar de Ivana, mas o PSD não engoliu a esperteza, e o petista acabou desistindo.
Ontem, o governador Jerônimo Rodrigues alcançou a marca de 52 prefeitos recebidos em seu gabinete, com toda a pompa.
O governador leva para as reuniões os secretários do estado.
Alguns prefeitos também trazem membros de sua equipe.
São reuniões, em tese, administrativas, onde o prefeito vai apresentar as demandas para seu município.
Mas é claro que vira também uma ferramenta política. Muitos prefeitos saem de lá gratos pela atenção recebida e animados pela crença de que vão receber o que pedem.
Entre os prefeitos já estiveram também alguns que não fazem parte da base do governador, mas ele quer que façam. Jerônimo se prepara para a eleição do ano que vem, que não vai ser fácil.
No ritmo que vai, no máximo no início de maio o governador consegue fazer audiência com todos os 417 prefeitos dessa imensa Bahia.
Jerônimo tirou da manga ontem a carta dos investimentos em saúde, para os quais o estado reservou 1 bilhão e meio de reais, para construir maternidades e unidades básicas de saúde. E outros 500 milhões para ajudar no custeio, para pagamento de serviços já oferecidos pelos municípios.
Em busca da popularidade perdida, Lula vem à Bahia na sexta-feira, tomar banho de povo em Bom Jesus da Lapa. Ele vai inaugurar uma adutora.
Será a primeira viagem de Lula para eventos políticos desde que teve o acidente no banheiro e as complicações de saúde que vieram a partir daí.
Naquela pesquisa de impopularidade divulgada na semana passada, um dos resultados mais frustrantes para Lula foi a queda de cinco pontos percentuais na aprovação do governo exatamente na região Nordeste. Caiu de 52 para 47%.
Tem que se mexer, porque sem Nordeste não tem Lula presidente.
A própria governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, que é do PT, fez essa advertência em entrevista na semana passada, avisando que o apoio do Nordeste ao presidente não é garantido e pedindo para "intensificarem a presença no Nordeste, este ano e cada vez mais". Isso foi um pedido tanto para Lula quanto para os ministros.
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