Salvador, uma cidade que pretende ser – e é – uma das principais para o turismo no Brasil, vive hoje uma tragédia e uma vergonha internacional nesse segmento, com a queda de uma parte do teto da Igreja de São Francisco, no Pelourinho.
É um dos mais famosos cartões-postais da cidade, conhecida como "Igreja de Ouro", um monumento da arte barroca portuguesa no mundo todo. O desabamento feriu várias pessoas e matou uma jovem turista de São Paulo, de 26 anos.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi condenado pela Justiça a fazer a restauração da igreja, por meio de uma ação do Ministério Público. Isso aconteceu em 2021.
Uma perícia desse processo mostrava problemas "no pavimento superior, na clausura, no depósito, na biblioteca, no elevador, na varanda superior, na fiação elétrica que estava exposta, na cobertura, na rede pluvial, na fachada e na estrutura".
Mas o Iphan, em vez de fazer a obra, ficou adiando, contestando, dizendo que era responsabilidade da igreja resolver. Não vou entrar nesse mérito, mas o Iphan deveria, pelo menos, ter interditado a igreja, para não cair na cabeça das pessoas.
Até o presidente Lula se manifestou sobre o acidente, em entrevista a emissoras de Salvador, dizendo que "o Iphan ia lá visitar, mas não deu tempo". Tinha uma visita agendada para hoje.
Só que teve tempo de sobra. Teve anos. É inadmissível, é irresponsabilidade, é a certeza da impunidade, tão comum no Brasil. Igual aconteceu no fim do ano passado, com o desabamento da ponte entre Tocantins e Maranhão.
São coisas sem explicação e que ficam por isso mesmo. Feira de Santana também tem mais uma para essa coleção de absurdos que ninguém explica.
O secretário de Educação, Pablo Roberto – o candidato Pablo Roberto – disse ontem, para a comissão de vereadores da Câmara, que o contrato da merenda escolar assinado na gestão passada, que era de 80 milhões, vai cair para 50 milhões. Cai um terço do valor, mesmo com o número de alunos aumentando.
Mas, peraí... Com uma diferença tão grande, das duas, uma: ou vai faltar merenda este ano ou o contrato estava superfaturado.
Alguém vem a público explicar isso detalhadamente? Não sei. O relatório de transição de governo ainda não veio a público, apesar de toda a situação de anormalidade apontada quando o novo prefeito entrou, com um monte de pagamentos atrasados, inclusive de salários.
Outro absurdo tratado na reunião de Pablo Roberto com a comissão de Educação da Câmara é que as escolas municipais iniciam as aulas sem material didático e sem uniforme para as crianças.
É inaceitável que não haja continuidade no mínimo, no básico do funcionamento da rede municipal de educação.
Com a nova direção na Câmara dos Deputados e no Senado, o Centrão voltou a se animar a pedir a cabeça do ministro da Casa Civil, Rui Costa, como tinha acontecido no início do governo Lula.
Acusam o ex-governador da Bahia até de sabotar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os congressistas preferem lidar com Haddad, que é mais maleável, do que com Rui, que tem fama de grosso e está longe de ser querido. Aliás, não faz questão disso. Era a mesma fama que ele tinha quando fazia na Bahia esse mesmo trabalho para o então governador Jaques Wagner. Todas as caras feias que os colegas faziam para ele não impediram Rui de ser indicado e ganhar a eleição para governador.
Em Brasília, agora, as relações de Rui ficaram mais difíceis com o novo presidente da Câmara, Hugo Mota, porque, durante o processo de sucessão, Rui demonstrou apoiar os baianos Antônio Brito ou Elmar Nascimento, que acabaram desistindo da disputa quando Arthur Lira impôs o nome de Hugo Mota. Agora, Hugo dá o troco.
Os políticos do Centrão também insinuam que, quando Flávio Dino trava no STF o pagamento das emendas parlamentares, está fazendo isso num jogo combinado com o ministro baiano.
Essas e outras futricas foram publicadas hoje na Folha de S. Paulo. O jornal tentou ouvir Rui Costa. Fazendo jus à fama, Rui Costa mandou dizer que não ia falar nada. Esse é o procedimento padrão dele quando a imprensa procura para tratar de questões assim, mais pessoais.
Está crescendo a fila de candidatos a deputado federal em Feira de Santana. Chegou mais um: o vereador Ismael Bastos, de primeiro mandato, do PL.
Ele foi incentivado a concorrer pelo presidente da legenda na Bahia, João Roma, e hoje já mostrou, em discurso na tribuna da Câmara, que está animado com a ideia.
Ismael se coloca como um representante da direita e dos evangélicos. É pastor da Igreja Quadrangular e disse ter certeza de que terá apoio da cúpula, se decidir entrar na disputa. A decisão, ele avisou, deve sair nas próximas semanas.
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