Em março, numa entrevista para A Tarde, o deputado estadual Eduardo Salles disse o seguinte sobre os donos da Via Bahia: "Eles têm que ser presos".
Não sei se a indignação é verdadeira ou artificial, mas estou citando esse exemplo apenas para mostrar a distância imensa, que existe entre as palavras e as ações, no caso da Via Bahia.
A empresa que não deixa saudade, está indo embora mostrando força. Ficou 15 anos administrando as BRs 324 e 116 na Bahia. Deixou de cumprir obrigações do contrato. Resistiu bravamente a tentativas de investigação por meio de CPI da Assembleia Legislativa. Prestou um serviço unanimemente rejeitado pelos usuários. Aliás, o ministro dos Transportes, Renan Filho, classificou semana passada o caso da Via Bahia como “a pior concessão da história” do Brasil.
Mas vai sair de bolso cheio, a Via Bahia, recebendo uma indenização de R$ 892 milhões. Quase 1 bilhão de reais. A justificativa é que o contrato será rompido 10 anos antes do final previsto. Ou seja, serão 10 anos perdidos para ela, de faturamento com o pedágio e este foi o valor que entenderam como correto nas contas que fizeram lá pela cúpula da Nação, aprovadas, avalizadas, pelo prestigioso Tribunal de Contas da União. Com essa indenização combinada entre as partes, evita-se uma disputa judicial que complicaria muito o caso e eventualmente poderia sair mais caro.
Haveria muito a explicar sobre essa história fracassada de concessão de rodovia. Quem sabe um dia as explicações apareçam.
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