Na política há coisas que são ditas não com palavras, mas com gestos.
Por exemplo, um adversário político não frequenta o outro, não vive se encontrando com o outro. Quando frequenta é porque está acontecendo uma aproximação entre eles, mesmo que neguem.
É o caso da relação entre José Ronaldo e Jerônimo Rodrigues. A frequência dos encontros entre os dois, tanto em Feira quanto em Salvador, fala por si.
E no encontro mais recente, o de sexta-feira, Jerônimo ao mesmo tempo que negou as conversas políticas, confirmou a expectativa de ter Ronaldo ao seu lado em 2026.
Primeiro, garantiu que suas conversas com o prefeito nunca trataram das questões eleitorais e partidárias. Mas ressaltou que chegará o tempo para isso e que espera o apoio do prefeito para sua reeleição ano que vem.
O governador veio à cidade para inaugurar Delegacia da Mulher e divulgar ações do estado para a Micareta. E durante as entrevistas, foi claro. Abre aspas. "Se eu tiver o apoio do prefeito Zé Ronaldo em 2026, vai ser um prazer, vou ficar feliz". Fecha aspas.
O governador só fez a ressalva de que ainda não é o tempo para tratar disso, mas que o tempo chegará. De qualquer maneira, nenhum anúncio será feito tão cedo; é coisa para o ano que vem, quando pesquisas e alianças políticas vão permitir traçar um quadro mais nítido da situação, para que os interessados façam suas escolhas entre governo e oposição.
É bom lembrar que não é de hoje que o grupo do PT, que chegou ao poder no estado em 2007, tenta levar José Ronaldo, não para o partido dos trabalhadores mas para alguma legenda aliada.
Mas aí como é que fica? O PT deixa de ser oposição a José Ronaldo em Feira? Como é que justifica isso para o eleitor? Bem, sem dúvida, é complexo. Só que montar o quebra-cabeças municipal é questão que só precisa ser resolvida em 2028. No momento, o que importa é 2026.
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