Camara Maio
Prefeitura mulheres
Glauco Wanderley

ACM Neto agora acha melhor abraçar Bolsonaro logo de cara

Enquanto isso Jerônimo abocanha o PDT

30/04/2025 17h12
Por: Redação
Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Adivinha quem falou isso?

"Bolsonaro é um personagem político com um tamanho e densidade eleitoral inegável no campo da direita. Ninguém pode querer construir um projeto de enfrentamento ao PT sério, competitivo e vitorioso sem considerar isso. Tem que considerar o peso e o tamanho de Bolsonaro".

Quem falou foi ACM Neto, no lançamento ontem da Federação do União Brasil com o PP. 

Em 2022, como candidato ao governo da Bahia, ACM Neto teve receio de associar sua imagem, que tenta deixar limpinha, com o presidente extremista. Agora pelo jeito o político baiano entendeu que sem esse pedaço bolsonarista do eleitorado, não consegue vencer. Tanto que as arestas com João Roma, do PL, começaram a ser aparadas, não é de hoje.

xxxxxxxxx

E a Federação do PP com o União Brasil foi lançada realmente sem presidente, porque não houve acordo entre Antonio Rueda e Arthur Lira. O presidente do União Brasil vai presidir dividindo as funções com o senador Ciro Nogueira, do PP.

No lançamento, foi de oposição o tom dos discursos e do manifesto que foi divulgado, apontando tudo que está errado no Brasil há muito tempo e que eles vão resolver se a gente der uma chance. Hum, hum!

Mas esse agrupamento de oposicionistas tem quatro ministros no governo Lula e ainda a Caixa Econômica Federal, empresa pública que tem mais poder do que boa parte dos ministérios.

A especialidade do político brasileiro, nós conhecemos bem, é estar sempre no governo. Qualquer governo.

xxxxxxxx

E como ficam na Bahia os deputados, sobretudo os estaduais, que têm mantido uma relação de proximidade e apoio com Jerônimo Rodrigues

Bem, o governador não perdeu tempo e já avisou que se quiserem, podem migrar para legendas que estão oficialmente em sua base.

Que por sinal está em fase de crescimento, com a entrada do PDT. O processo está tão avançado que a secretária de Bruno Reis, Andrea Mendonça, enviou carta ao chefe pedindo para sair da recém-criada Secretaria do Mar. Isso porque Andrea faz parte da Executiva estadual do PDT e é irmã do deputado federal Félix Mendonça Jr., que lidera o partido na Bahia.

O PDT tem quatro vereadores em Salvador e a vice-prefeita, Ana Paula Matos, também é do partido. A exemplo de Jerônimo, o prefeito da capital também espera que os vereadores busquem outros partidos da base e continuem apoiando. 

Em Feira pode haver consequências também. O PDT apoiou José Ronaldo, indicou o secretário de agricultura e é o partido de Zé Chico, que tem se apresentado como “candidato de Ronaldo” a deputado federal. Embora em Feira não precise ter pressa na resolução, já que acontece esse flerte entre Jerônimo e Ronaldo.

xxxxxxxx

O PSDB, que não tem mais tamanho suficiente para fazer eventos grandes e públicos, reuniu secretamente sua executiva nacional em Brasília. A imprensa não pode assistir.

O resultado da reunião ontem foi a aprovação por 38 a zero, do início do processo para uma fusão com o Podemos.

Nessa união tem uma situação mais ou menos parecida com a outra federação lançada: um pretendente à presidência que não tem apoio. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Pelo menos no momento, ele ameaça sair caso os partidos não banquem sua candidatura. O difícil vai ser encontrar um que banque. Porque comenta-se que ele pode ir para o PSD, do Gilberto Kassab, que já tem o Ratinho Júnior como possível candidato a presidente. Mas o Kassab na verdade prefere apoiar mesmo o Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

xxxxxxxx

O escândalo do assalto aos aposentados pelo INSS está subindo de temperatura, como comentamos aqui na sexta-feira que deveria acontecer.

O ministro Carlos Lupi fala fala e só se complica. Editoriais de jornais recomendam a saída dele. A oposição na Câmara diz que já conseguiu assinaturas para uma CPI. E o PDT manda recado para o governo dizendo que se perder o único ministro que tem, deixa de apoiar. Como o governo não tem voto no Congresso para esnobar aliado nenhum, a situação virou uma armadilha para o presidente Lula.

A questão do apoio do PDT fica banal, se compararmos com o risco de contaminação eleitoral por uma história que combina corrupção com assalto aos idosos.