O governador Jerônimo fez um pedido acanhado de desculpas, em entrevista, não propriamente uma retratação, acerca da absurda frase que cometeu em discurso dizendo que os eleitores de Bolsonaro tinham que ser levados junto com o ex-presidente, para uma vala.
As palavras vergonhosas tiveram uma repercussão nacional, estavam entre as notícias mais comentadas do dia ontem e o próprio Bolsonaro se manifestou, dizendo que "esse tipo de discurso, vindo de uma autoridade de Estado, não apenas normaliza o ódio como incentiva o pior: a violência política, o assassinato moral e até físico de quem pensa diferente”. E ficou cobrando posicionamento do STF e da imprensa, esquecendo convenientemente que passou a vida falando barbaridades do tipo e incentivando violência e até assassinatos mesmo. É o homem que ficou famoso por dizer que a ditadura errou porque matou pouco.
O deputado estadual Diego Castro, que é do partido de Bolsonaro, apresentou denúncia ao STF pela fala do governador.
Jerônimo a rigor não se retratou. Primeiro se saiu com aquela desculpa esfarrapada de que suas palavras foram tiradas de contexto. E na sequência emendou o discurso clássico de quem diz grandes besteiras: não foi minha intenção ofender ninguém.
Ao invés de uma notinha escrita, pensada, planejada mas condizente com o tamanho do erro, Jerônimo soltou no meio da entrevista um hesitante pedido de desculpas:
“Se o termo vala e o termo trator foi pejorativo ou foi muito forte, eu peço desculpa. Não foi a minha intenção, eu não tenho problema algum de poder registrar quando há excessos na palavra, movido pela indignação".
Pois é. Ele falou não foi por mal. Ao contrário, foi por bem, pois estava indignado pelo comportamento de Bolsonaro na pandemia. Isso não é um pedido de desculpas, é a busca por uma justificativa, um meio disfarçado de negar que errou.
Sensação
Vento
Umidade