Cresce a tendência de proibir redes sociais para adolescentes

A Austrália vai proibir redes sociais para menores de 16 anos. A medida vai começar a valer no final do ano, depois de testes que começaram em janeiro.

A França vai fazer o mesmo, proibindo redes sociais para menores de 15 anos. Não sei a motivação da lei australiana, mas na França a medida foi anunciada ontem pelo presidente Macron, depois que um estudante de 14 anos matou com uma faca uma funcionária de escola no momento em que era feita a inspeção das mochilas. Estão ocorrendo muitos casos na França - por isso a polícia faz inspeção nas mochilas - envolvendo estudantes e o uso de armas brancas, e o governo vai criar uma série de restrições.

A princípio se pode pensar que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas são inegáveis os casos em que estes atos são instigados através de redes sociais.

Mês passado, quando uma menina de 14 anos foi assassinada em Uberaba, Minas Gerais, por um colega da mesma idade, dentro da escola, 30% das reações nas redes foram em apoio ao assassino.

É curioso que nos primeiros anos de internet, mais de 30 anos atrás, ninguém pensava que a gente chegaria a isso, que a criação de comunidades online ia servir para o crime e o adoecimento mental. Ao contrário, pensava-se até no aparecimento de uma fraternidade, com as pessoas tendo a possibilidade de se encontrar superando as barreiras geográficas.

Mas o ser humano é sempre capaz de surpreender para o bem e para o mal.