
Nesta terça-feira (23), o prefeito em exercício, Aloisio Alan, recebeu, na sala da Chefia do Poder Executivo Municipal, representantes do projeto Missão Vida, além do coordenador de Saúde Mental, Vinicius Reis, para tratar de demandas da instituição, voltada para atendimento de famílias enlutadas pelo suicídio.
Durante a reunião, a equipe do Missão Vida apresentou o projeto, as ações desenvolvidas em prol da comunidade, a exemplo das reuniões mensais de acolhimento, e dividiu com o prefeito em exercício as dificuldades enfrentadas, bem como algumas solicitações. Uma delas é a colocação de placas pró-vida e gradis em locais da cidade apontados pelas famílias como aqueles mais procurados pelas pessoas com ideação suicida.
Segundo Dr. Aloisio Alan, o projeto é uma missão nobre que exige muito desprendimento, e dentro do que for possível a Prefeitura vai apoiar para que mais sobreviventes enlutados por suicídios tenham o suporte que o Missão Vida oferece. “Vocês já deram o primeiro passo com essa iniciativa tão importante. Vamos repassar as demandas para as pastas responsáveis para que a gente consiga contemplar as solicitações possíveis da melhor forma”, afirmou.
O coordenador de saúde mental, Vinícius Reis, sugeriu estudar a possibilidade de levar as ações do projeto para equipamentos municipais como os centros de referências e escolas. “O último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2019, aponta que de cada cinco suicídios, quatro acontecem em países subdesenvolvidos, o que significa que vulnerabilidade social é um dos fatores relacionados ao suicídio. Então, levar a posvenção para esse público é muito significativo”, explicou.
- Aloisio Alan
- Daniele Nogueira
- Vinícius Reis
- Rainer Mendes
Outros dados relacionados ao tema apontam que o sobrevivente enlutado apresenta aumento no risco de suicídio. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, para cada pessoa que tira a própria vida, aproximadamente 135 pessoas são impactadas. Por essa razão, a posvenção é realizada com foco nas necessidades desse sobrevivente e seus sentimentos.
“Meu principal objetivo com o projeto é alcançar as famílias, amigos ou qualquer pessoa que tenha sido impactada pelo suicídio de um ente querido, fazendo uma posvenção de qualidade ao levar acolhimento para essas pessoas. Quando nos reunimos, a devolutiva é muito boa. As pessoas falam, se escutam, encontram um espaço seguro para tratar dos próprios sentimentos que, sabemos, muitas vezes são estigmatizados. A morte já é um tabu, o suicídio, então, é mais ainda”, disse Daniele Nogueira, uma das idealizadoras do Missão Vida. “Estou com a expectativa muito alta com relação à recepção da Prefeitura ao nosso projeto e, com isso, poder ampliar as nossas ações”, completou.
Rainer Mendes, servidora pública municipal e estudante do 10º semestre de psicologia, é uma das participantes do projeto. De acordo com ela, o Missão Vida também procura dar os encaminhamentos necessários às pessoas que o grupo ainda não consegue de alguma forma dirimir. “Nós buscamos proporcionar tanto uma escuta afetiva quanto uma escuta técnica, o que já é estudado pelo campo da suicidologia como efetivo”, disse.
Setembro Amarelo
O mês de setembro é dedicado à campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Setores do Governo Municipal têm realizado atividades dedicadas ao tema, a exemplo da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Coordenação Municipal da Juventude, ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, e Secretaria Municipal de Gestão e Inovação. E, durante todo o ano, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da coordenação de Saúde Mental, desenvolve atividades de conscientização e prevenção.
Além disso, para quem busca apoio emocional, o número 188 é válido em todo território nacional e é gratuito. O site Mapa da Saúde Mental também pode ser utilizado para encontrar um serviço mais próximo de quem busca ajuda.