
A Secretaria Municipal de Educação (Smed) promoveu, na tarde desta quinta-feira (25), o seminário “A Construção da Identidade Negra no Brasil e o Papel da Pedagogia Antirracista”, com a professora Dayse Cabral de Moura. O evento foi realizado no auditório do Centro Municipal de Atenção Especializada (Cemae).
Segundo Dayse Moura, a proposta da palestra foi discutir como é complexa a afirmação da identidade negra no Brasil. “E por quê? Se vivemos numa sociedade que tem o racismo na sua base estrutural, como isso repercute para afirmar-se negro? Trabalhamos todos estes elementos e como está a educação neste processo da afirmação das identidades negras”, afirmou Dayse.
“É o enfrentamento do racismo. E que proporcione às pessoas poderem assumir suas identidades com liberdade, leveza, felicidade”, acrescentou a professora. Também se conversou sobre os projetos pedagógicos que Vitória da Conquista já vem desenvolvendo, além da importância de ampliar esses projetos em todas as modalidades de ensino.
- Dayse
- Ronílson
- Lucinea
O coordenador do Núcleo Pedagógico da Smed, Ronílson Ferreira, explicou que se trata da continuação do trabalho iniciado na Jornada Pedagógica 2025, que este ano teve como tema ““Diálogos étnico-raciais: por uma educação antirracista”. “Durante este período, temos feito várias ações e atividades como desdobramentos deste tema. Primeiro, estimulando as escolas a dar visibilidade à temática. E não só dar visibilidade, mas construir uma pedagogia antirracista na perspectiva de dar o caráter positivo do que é abordar a questão étnico-racial nas escolas”, destacou Ronilson.
Ainda de acordo com o coordenador, foram realizadas palestras, encontros e formações. “Hoje a professora Dayse veio nos ajudar a discutir a construção desta identidade. Este seminário tem este primeiro momento com a sua culminância em dezembro. A ideia é estar descortinando, abrindo realmente este debate. E o fazer é positivo, para ajudar todas as crianças e adolescentes a viver harmonicamente e se sentindo felizes”.
Participando do evento, a coordenadora das Escolas Nucleadas, Lucinea Gomes de Jesus, afirmou que é mais uma ação na proposta de reconstrução de uma pedagogia que de fato destaque e dê evidência a estas vozes. “Este é nosso público. Ele está nas periferias, nas escolas quilombolas, nas comunidades do campo, na cidade. E nós precisamos construir uma pedagogia que alcance essas pessoas. Eu acredito que esta é mais uma ação de fortalecimento da pedagogia antirracista”, contou.
Lucinea disse acreditar nessa pedagogia com a criança, por ser o período em que está se construindo a identidade. “Neste processo de construção de identidade é necessário ter afirmativas, representatividade, para que estas crianças se espelhem nas figuras, nas personagens negras. Para elas falarem: ‘eu também quero, eu também posso’. E isso é empoderar essas crianças no sentido de elas acreditarem que elas podem. E, com com certeza, isso vai repercutir no processo de aprendizagem dessas crianças, porque elas terão mais amorosidade com elas mesmas, com seus familiares, no reconhecimento da sua identidade, que é negra”, concluiu.