Trump acusa administração democrata por males na economia

Foto: © Doug Mills/via Reuters/proibida a reprodução

O presidente dos Estados Unidos proferiu nesta quarta-feira (18) um pronunciamento à nação recheado de acusações à administração democrata anterior. Ele também anunciou um bônus de Natal de US$ 1.776 (R$ 9.803) às tropas do país norte-americano.

As declarações foram feitas no momento em que o país se prepara para celebrar as festas de fim de ano, mas Trump manifestou-se mais focado nas divisões internas do país do que num sentimento de unidade.

O discurso repetiu várias das mensagens recentes de Trump, que até agora não conseguiram acalmar a ansiedade do público em relação ao custo dos alimentos, habitação, serviços públicos e outros bens básicos.

Trump prometeu um boom econômico, mas a inflação permanece elevada e o mercado de trabalho enfraqueceu após a imposição de impostos sobre as importações – política que ficou conhecida como tarifaço.

O chefe de Estado sugeriu que as tarifas – que são parcialmente responsáveis pelo aumento dos preços ao consumidor – financiariam um novo “dividendo do guerreiro” que abrangerá 1,45 milhões de militares, traduzindo-se no pagamento de um cheque que pode aliviar algumas dificuldades financeiras sentidas por muitas famílias.

O valor de US$ 1.776 constitui uma referência ao 250.º aniversário da assinatura da Declaração da Independência no próximo ano.

“Os cheques já estão a caminho”, anunciou Trump.

Ladeado por duas árvores de Natal e com um retrato de George Washington por detrás, o discurso proferido na Sala de Recepção Diplomática da Casa Branca, procurou atribuir ao seu antecessor Joe Biden todas os desafios que a economia enfrenta.

“Há onze meses, herdei uma trapalhada e a estou consertando”, disse Trump. “Estamos prestes a ter um boom econômico como o mundo nunca viu”, acrescentou.

A popularidade de Trump junto do eleitorado vem caindo constantemente e os votos de boas festas surgem em um momento especialmente sombrio.

Em 2026, Trump e o Partido Republicano enfrentam um referendo sobre a liderança do inquilino da Casa Branca nas eleições intercalares, que decidirão o controle da Câmara dos Representantes e do Senado.

O pronunciamento ofereceu uma oportunidade a Trump para tentar recuperar algum ímpeto, depois das derrotas republicanas nas eleições deste ano.

O chefe de Estado falou em ritmo acelerado e tentou responder à frustração pública com a economia, fazendo promessas ousadas sobre o crescimento no próximo ano, dizendo que as taxas sobre as hipotecas vão cair e que “anunciará algumas das reformas no setor da habitação mais agressivas da história americana”.

Trump trouxe gráficos para mostrar que a economia está em trajetória ascendente, fez afirmações sobre o crescimento dos rendimentos, desaceleração da inflação e influxo de investimentos no país, alegando que líderes estrangeiros lhe garantiram que os Estados Unidos é o “país mais promissor do mundo”, uma afirmação que o Presidente tem repetido em eventos públicos.

A matemática dura internalizada pelo público pinta, porém, um quadro mais adverso, de uma economia com alguma estabilidade, mas poucos motivos para inspirar confiança.

O mercado de ações está em alta, os preços da gasolina estão em baixa e as empresas de tecnologia apostam fortemente no desenvolvimento da inteligência artificial.

Mas a inflação, que vinha diminuindo após atingir o nível mais alto em quatro décadas em 2022 sob o governo Biden, voltou a acelerar depois de Trump declarar ao mundo a guerra tarifária, em abril.

O índice de preços ao consumidor está aumentando a uma taxa anual de 3%, acima dos 2,3% registrados desde o Dia da Libertação em 2 de abril, quando Trump anunciou impostos às importações de produtos de praticamente todo o mundo, que mais tarde suspendeu e reajustou sucessivamente ao longo dos meses seguintes.

No trabalho, a taxa de desemprego subiu de 4% em janeiro para 4,6% atualmente, mas Trump diz que os compromissos de investimento em novas fábricas impulsionarão os empregos na indústria e que o consumo ganhará um novo estímulo quando as pessoas receberem maiores restituições de impostos no próximo ano.

No plano da saúde, Trump tentou culpar os democratas pelo provável aumento nos prêmios de seguro de saúde, uma vez que os subsídios vinculados à Lei de Cuidados Acessíveis de 2010 estão prestes a expirar.

Trump tem sugerido que o eventual aumento dos prêmios seja suportado pelos beneficiários de seguro de saúde, em vez de imputados às empresas, e ainda não se comprometeu com uma solução legislativa específica.

Fonte: Agência Brasil

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