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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira que Kiev discutiu com Washington sobre uma possível presença de tropas dos EUA na Ucrânia como parte das garantias de segurança, e também abordou o que ele chamou de um ataque falso à residência do presidente russo Vladimir Putin.
Zelensky disse à mídia em um bate-papo no WhatsApp que a Ucrânia está comprometida em continuar as conversas sobre como acabar com a guerra desencadeada pela invasão em grande escala da Rússia em 2022 e que ele estava pronto para se encontrar com Putin em qualquer formato.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo que ele e Zelensky estariam “talvez muito próximos” de um acordo para acabar com a guerra, embora questões territoriais “espinhosas” permanecessem. Ele foi mais cauteloso do que Zelensky em relação às garantias de segurança, mas disse que estariam 95% perto de um acordo e que esperava que os países europeus “assumissem uma grande parte” desse esforço com o apoio dos EUA.
Na terça-feira, a Rússia disse que sua posição nas negociações se tornaria mais rígida depois de acusar Kiev de atacar uma das residências presidenciais russas de Putin – uma alegação que Kiev disse ser infundada e com a intenção de atrapalhar as árduas negociações de paz.
Zelensky disse, em seu bate-papo no WhatsApp, que a presença de tropas dos EUA na Ucrânia seria um grande impulso de segurança para Kiev.
“É claro que estamos discutindo isso com o presidente Trump e com representantes da coalizão (ocidental) (que apoia Kiev). Nós queremos isso. Gostaríamos que fosse assim. Essa seria uma posição forte das garantias de segurança”, disse ele.
A Casa Branca não fez comentários sobre a questão do envio de tropas dos EUA para a Ucrânia em qualquer acordo de paz com a Rússia.
Zelensky disse que estava disposto a se encontrar com Putin, apesar da profunda falta de confiança mútua que ele destacou na segunda-feira.
“Eu disse ao presidente Trump e aos líderes europeus que estou pronto para qualquer formato de reunião com Putin. Não tenho medo de nenhum formato. O principal é que os russos não tenham medo.”
A Rússia afirmou, na segunda-feira, que Kiev teve como alvo uma residência presidencial na região de Novgorod com 91 drones de ataque de longo alcance, todos os quais disse ter interceptado.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, descreveu o suposto ataque como “terrorismo de Estado” e disse que Moscou já havia identificado alvos para ataques de retaliação na Ucrânia.
O Kremlin não forneceu nenhuma evidência física do suposto incidente, dizendo que retaliaria e revisaria sua posição de negociação, mas não abandonaria as conversas sobre um possível acordo de paz.
Zelensky disse mais cedo nesta terça-feira:
“Essa história de suposto ‘ataque à residência’ é uma invenção completa com o objetivo de justificar ataques adicionais contra a Ucrânia, incluindo Kiev, bem como a própria recusa da Rússia em tomar as medidas necessárias para acabar com a guerra. Mentiras típicas da Rússia”.
Em Paris, uma fonte próxima ao presidente francês Emmanuel Macron disse que não havia substância para corroborar a acusação de Moscou de um ataque à residência de Putin.
“A Ucrânia e seus parceiros estão comprometidos com um caminho de paz, enquanto a Rússia optou por continuar e intensificar sua guerra contra a Ucrânia. Isso é, por si só, um ato de desafio contra a agenda de paz do presidente Trump”, disse a fonte.
A Casa Branca não quis fazer mais comentários sobre o suposto ataque à residência de Putin, depois que Zelenskiy disse que havia falado sobre o assunto com Trump, que na segunda-feira disse ter sido informado sobre o assunto por Putin e que estava irritado com isso. Perguntado se havia evidências de tal ataque, Trump disse: “Nós descobriremos”.
Em meio à intensificação da diplomacia de paz, a Rússia lançou mais ondas de drones contra a infraestrutura portuária e navios civis na região de Odessa, na Ucrânia, nesta terça-feira, disseram autoridades da marinha e do governo ucraniano.
Odessa e região abrigam os portos do Mar Negro, que são cruciais para o comércio exterior da Ucrânia e para a sobrevivência de sua economia em tempos de guerra.
Nos últimos meses, a guerra marítima entre a Ucrânia e a Rússia se intensificou. Ambos os lados têm atacado ativos navais e comerciais no Mar Negro e além.
Fonte: Agência Brasil




